No Ângelus, Francisco exortou os fiéis a estarem atentos à genuinidade do bem, mais do que ao nome e procedência daqueles que o fazem
Da redação, com Boletim da Santa Sé
No Ângelus deste domingo, 30, Papa Francisco exortou os fiéis a estarem atentos à genuinidade do bem, do belo e do verdadeiro, mais do que ao nome e procedência daqueles que o fazem. “É o convite que Jesus nos dirige hoje. Ele nos chama a não pensar de acordo com as categorias de “amigo / inimigo”, “nós / eles”, “quem está dentro / quem está fora”, “meu / seu”, mas para ir mais longe, abrir o coração para reconhecer sua presença e a ação de Deus, mesmo em áreas incomuns e imprevisíveis e em pessoas que não fazem parte do nosso círculo”, frisou.
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A reflexão do Santo Padre teve como base o evangelho deste domingo (cf. Mc 9,38-43,45.47-48), que descreve o manifesto de João diante de um homem, que não fazia parte do grupo dos seguidores de Jesus e expulsava os demônios no nome de Jesus. O apóstolo, que buscava o apoio do Mestre na proibição das práticas do jovem, ouve a seguinte resposta de Jesus: ‘Não lhe proíbam, pois ninguém faz um milagre em meu nome e depois pode falar mal de mim. Quem não está contra nós, está a nosso favor’ (vers. 39-40) ).
O Pontífice observou que João e os outros discípulos, que o apoiavam no “manifesto”, apresentam um comportamento de fechamento diante de um acontecimento que não entra em seus esquemas, neste caso a ação, mesmo sendo boa, de uma pessoa ‘externa’ ao grupo de seguidores de Jesus. “Em vez disso, Jesus parece muito livre, plenamente aberto à liberdade do Espírito de Deus, que não é limitado em sua ação por nenhum confim e por nenhum recinto. Com a sua atitude, Jesus quer educar os seus discípulos, e também a nós hoje, a esta liberdade interior”, comentou o Santo Padre.
Francisco ressaltou a importância de ser feita uma reflexão e auto-exame a cerca do episódio narrado no evangelho deste domingo. “A atitude dos discípulos de Jesus é muito humana, muito comum, e podemos encontrá-la nas comunidades cristãs de todos os tempos, provavelmente também em nós mesmos. De boa fé, de fato, com zelo, gostaríamos de proteger a autenticidade de uma certa experiência, protegendo o fundador ou o líder de falsos imitadores. Mas ao mesmo tempo há o medo da ‘competição’ – e isso é ruim: o medo da competição — que alguém pode roubar novos seguidores, e então você não pode apreciar o bem que os outros fazem: não é bom porque ‘não é nosso’, dizem eles”, pontuou.
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“Como o resto do Evangelho de hoje sugere — em vez de julgar os outros, devemos examinar a nós mesmos e ‘cortar’ sem comprometer tudo o que pode escandalizar as pessoas mais fracas na fé”, suscitou. Ao final de sua reflexão, o Papa rogou a Virgem Maria, para que ajude todos os fiéis no reconhecimento dos sinais da presença do Senhor, onde quer que Ele se manifeste, mesmo nas situações mais inimagináveis e inusitadas. “Ensina-nos a amar nossa comunidade sem ciúmes e encerramentos, sempre abertos ao vasto horizonte da ação do Espírito Santo”, encerrou.