Francisco saudou, na Sala Consistório, a comunidade filipina e salientou que a Igreja é uma casa calorosa e acolhedora para os migrantes
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, 16, na Sala do Consistório, no Vaticano, os representantes da Comunidade Filipina na Espanha.
Em sua breve saudação, o Santo Padre disse que essa comunidade filipina chamou sua missão em Madri de “Tahanan”, “uma palavra bonita que podemos traduzir como morada”, disse o Papa. “É verdade, a Igreja, onde quer que vamos, é sempre para nós uma morada, uma morada calorosa e acolhedora, e hoje a casa de Pedro também é para vocês como essa morada”, sublinhou.
O Papa recordou os “muitos migrantes que, longe de encontrarem esta casa calorosa e acolhedora, encontram inúmeras dificuldades e incompreensões, que se erguem como espinhos contra eles. Nossa Bem-aventurada Mãe se apresenta a nós sobre estes espinhos, para que não percamos a esperança e possamos enfrentar os problemas, confiando em sua proteção e apoio”.
Francisco sublinhou que o motivo da visita, ao Vaticano, da Comunidade Filipina na Espanha é o 25º aniversário da criação canônica da paróquia da Imaculada Conceição e São Lourenço Ruiz, em Barcelona. “São Lourenço é uma figura muito bonita porque, por um lado, ele nos fala da integração das culturas. De fato, sua família, como a do cardeal Tagle, tinha origens chinesas e filipinas que, junto com a espanhola que lhe deu a fé, criaram uma excelente mistura”, frisou o Papa, acrescentando:
Por outro lado, ele teve que deixar sua terra por causa da injustiça, no caso dele, uma difamação, como muitas pessoas que ainda hoje são obrigadas a emigrar para salvar suas vidas ou buscar um futuro melhor. Por fim, quando chegou à terra que deveria acolhê-lo, Deus lhe pediu para testemunhar sua fé com a maior prova de amor: a oferta da própria vida.
Queridas irmãs, queridos irmãos, vamos imitá-los, ambos tiveram que deixar sua terra natal, mas ambos o fizeram abraçando Jesus. Confiando em Jesus, ambos enfrentaram dificuldades sem nunca perder a esperança, e ambos são exemplos de uma vida dedicada a servir a Deus no irmão. Fazendo assim, poderemos construir a nossa “Tahanan”, aquela morada calorosa e acolhedora que, como Mãe, a nossa Igreja deve ser. Que o Menino Deus os abençoe e que a Virgem Santa os guarde.
Falando de improviso no final do encontro, Francisco voltou às “bonitas lembranças” de sua viagem apostólica às Filipinas em 2015, aos “sete milhões na missa em Manila” e à celebrada na ilha de Tocloban: “Com a chuva, o vento, tivemos que sair correndo porque estava chegando uma tempestade e não poderíamos mais sair”.
Os filipinos são homens de fé, mulheres de fé. Alguns de vocês trabalham aqui no Vaticano, é fantástico. A fé que eles têm, o testemunho que dão é fantástico. Continuem dando testemunho nesta sociedade que se tornou muito rica, muito competente, muito suficiente. Obrigado pelo que vocês fazem.