Francisco presidiu no final da tarde deste domingo, 16, à missa na Basílica Vaticana para a comunidade filipina de Roma
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco se reuniu com a comunidade filipina de Roma para celebrar o primeiro dia do “Simbang Gabi” (Missa da noite), a novena em preparação ao Natal da tradição religiosa das Filipinas. O Pontífice presidiu à missa na Basílica Vaticana na tarde de domingo e em sua homilia comentou as leituras deste III Domingo do Advento.
Em Jesus Cristo, afirmou o Santo Padre, o amor salvífico de Deus se faz tangível: “os cegos recuperam a vista, os paralíticos andam, os surdos ouvem e os pobres são evangelizados”. Estes são os sinais que acompanham a realização do Reino de Deus e não triunfos militares e toques de trombeta, mas a libertação do mal e o anúncio da misericórdia e da paz, frisou Francisco. E o Papa acrescentou:
“E já que os habitantes das periferias existenciais continuam numerosos, devemos pedir ao Senhor que renove o milagre do Natal todos os anos, oferecendo nós mesmos como instrumentos do seu amor misericordioso pelos últimos.”
Em seguida, o Pontífice falou das diversas tradições que as Igrejas particulares introduziram para viver o período do Advento. Uma delas é a secular novena Simbang Gabi, durante a qual os fiéis filipinos se reúnem no alvorecer em suas paróquias para uma celebração eucarística especial – tradição que se espalhou para os países que receberam migração filipina.
Através desta celebração, disse o Santo Padre, é possível viver a preparação para o Natal que exige comprometimento com a manifestação do amor e da ternura de Deus por todos, especialmente pelos últimos. “Somos chamados a ser fermento numa sociedade que muitas vezes não consegue mais saborear a beleza de Deus e a experimentar a graça da sua presença”, completou.
Sobre os filipinos que deixaram a sua terra em busca de um futuro melhor, Francisco destacou que eles têm uma missão especial e os encorajou: “Sejam fermento nas comunidades paroquiais às quais pertencem. Eu os encorajo a multiplicar as oportunidades de encontro para compartilhar a sua riqueza cultural e espiritual, deixando-se ao mesmo tempo enriquecer pelas experiências dos outros”.
O Papa recordou ainda que todos somos chamados a praticar juntos a caridade pelos habitantes das periferias existenciais para renovar os sinais da presença do Reino. “Que o Santo Menino que nos preparamos para adorar, envolvido em pobres faixas e depositado numa manjedoura, os abençoe e lhes dê a força para levar avante com alegria o seu testemunho”, rogou.
Continuem a ser “contrabandistas da fé”. Foi o que disse o Papa Francisco à comunidade católica filipina em Roma, na conclusão da missa. O Santo Padre, usando o termo espanhol “contrabandistas”, repetiu assim uma de suas frases que, pouco antes, no discurso de saudação no final do liturgia, tinha sido lembrada pelo padre scalabriniano Ricky Gente, capelão da Missão da Comunidade católica de Roma.
“Como receptores da fé, os filipinos são hoje, também como migrantes, verdadeiros discípulos missionários, disse o capelão. Antes da celebração do último Dia Mundial dos Migrantes e Refugiados, o senhor, Santo Padre, – recordou o padre Ricky na sua saudação ao Papa – compartilhou comigo que as mulheres filipinas são ‘contrabandistas da fé”. Sim, é verdade, levamos conosco, em todos os lugares onde andamos, a tocha da fé e do Evangelho no mundo, a mesma fé e Evangelho que nos foram transmitidos”.