Papa Francisco recebeu os sacerdotes em Memória aos 500 Anos do Papa Adriano VI; sobre confissão, pediu aos padres amor e misericórdia
Da Redação, com Vatican News
Nesta quinta-feira, o Papa Francisco recebeu em audiência, no Vaticano, a comunidade do Pontifício Instituto Teutônico de Nossa Senhora da Alma, por ocasião dos 500 anos da eleição do Papa Adriano VI, que foi sepultado no referido instituto, em Roma.
O Santo Padre manifestou aos presentes o desejo de que o exemplo da vida e do trabalho do Papa Adriano, seu predecessor, os estimule a crescer em sua vocação de servos de Cristo. Que o Senhor em seu ministério e os leve a uma fé cada vez mais enraizada em seu amor, vivida com alegria e dedicação.
Mensagem aos padres
Lembrando da preocupação do Papa Adriano VI com a promoção da concórdia e da reconciliação, Francisco exortou os membros do Pontifício Instituto a seguir seus passos, especialmente quando ministrar o Sacramento da Penitência. Francisco disse que o sacerdote deve ser misericordioso e homem de paz, e que o trabalho do confessor é perdoar, não torturar.
“Sejam grandes perdoadores, a Igreja quer vocês assim. Isto significa tempo dedicado para ouvir as confissões, e fazer com amor, com sabedoria, com muita misericórdia. Este ministério também envolve pregação, catequese, acompanhamento espiritual; e requer, antes de tudo – testemunho. Para ser um bom servo do perdão de Cristo, deve ser misericordioso em seus relacionamentos, ser um homem de paz de comunhão. Que Nossa Senhora nos ajude nisso.”
Papa Adriano VI
Adriano Florensz nasceu em Utrecht, Países Baixos, que fazia parte do Sacro Império da Nação Alemã. Ele foi o penúltimo Papa proveniente do mundo germânico. Recebeu uma excelente educação na Universidade de Leuven. Foi tutor do futuro Imperador Carlos V e depois de realizar tarefas importantes eclesiais e políticas, foi elevado aos mais altos e criado cardeal em 1517. Quando a notícia de sua eleição como Bispo de Roma chegou até ele, inicialmente hesitou, mas por um senso de dever por fim aceito.
Segundo o Papa Francisco, “em seu breve pontificado, que durou pouco mais de um ano”, Adriano VI “procurou sobretudo a reconciliação na Igreja e no mundo, pondo em prática as palavras de São Paulo segundo as quais Deus confiou aos Apóstolos o ministério da reconciliação”. O Papa Adriano “enviou o Núncio Chieregati à Dieta de Nuremberg para reconciliar Lutero e seus seguidores com a Igreja, pedindo expressamente perdão dos prelados da Cúria Romana”.
Servo trabalhador
Francisco disse ainda em seu discurso “na esfera política, superando muita resistência, ele se esforçou para chegar a um entendimento entre as duas potências vizinhas, o rei Francisco I da França e o imperador Carlos V de Habsburgo, para juntos pudessem deter os projetos ameaçadores do exército otomano. Infelizmente, o Papa Adriano, devido à sua morte prematura, não conseguiu concluir nenhum desses projetos. No entanto, seu testemunho de trabalhador destemido e incansável pela fé, justiça e paz permanece vivo na memória da Igreja”.