Aos 2.500 figurantes do Presépio Vivo da Basílica Santa Maria Maior, Francisco recordou que o objetivo do presépio é “despertar no coração o estupor diante do mistério de Deus que se fez criança”
Da redação, com Vatican News
Na manhã deste sábado, 16, o Papa recebeu na Sala Paulo VI cerca de 2.500 figurantes do Presépio Vivo da Basílica Santa Maria Maior, que lhe é tão cara e onde deseja ser sepultado, como revelou na entrevista concedida à jornalista Valentina Alazraki, da emissora mexicana N+, no dia em que o México celebrava Nossa Senhora de Guadalupe.
Trajados com vestes ambientadas na região onde nasceu Jesus, os figurantes chamavam a atenção de quem passava cedo pelas cercanias do Vaticano e conferiram uma particular atmosfera natalina à Grande Sala Paulo VI. Mas essa peculiaridade também chamou a atenção de Francisco, que começou agradecendo ao cardeal, ao monsenhor Makrickas, pelo envolvimento de um número tão grande de pessoas nessa “bela iniciativa”.
O Papa recordou que na Basílica de Santa Maria Maior está a relíquia do berço de Jesus, “e por isso tem uma ligação muito particular com Belém e o presépio”, bem como um “conjunto escultórico de Arnolfo di Cambio, desejado pelo Papa Nicolau IV, “considerado o primeiro presépio da história da arte”.
Nesse sentido, compartilhou com os presentes dois pensamentos para acompanhá-los ao longo do dia, a começar por São Francisco:
O presépio vivo, o sabemos, foi inventado por ele, em Greccio, há 800 anos. Mas é importante recordar o porquê dessa sua invenção, compreender o seu significado, para não reduzi-lo apenas a um fato folclórico. Francisco queria representar ao vivo o nascimento de Jesus para suscitar nos frades e nas pessoas a comoção, a ternura diante do mistério de Deus nascido de Maria em um estábulo e colocado em uma manjedoura. Queria dar concretude à representação: não uma pintura, não estátuas, mas pessoas de carne e osso, que ressaltassem a realidade da Encarnação.”
“Portanto o primeiro pensamento que deixo com vocês é este: a finalidade do presépio vivo é despertar no coração o estupor diante do mistério de Deus que se fez criança.”
O segundo pensamento do Santo Padre é dirigido então aos “nossos irmãos e irmãs de Belém, a Belém de hoje”, e “naturalmente se estende a todos os habitantes da Terra onde Jesus nasceu, viveu, morreu e ressuscitou”:
Sabemos qual é a situação, devido à guerra, consequência de um conflito que já dura décadas. Então a encenação de vocês deve ser vivida em solidariedade com estes irmãos e irmãs que tanto sofrem. Para eles se pré-anuncia um Natal de dor, de luto, sem peregrinos, sem celebrações. Não queremos deixá-los sozinhos. Estamos próximos a eles com a oração, com a ajuda concreta e também com o Presépio Vivo de vocês, que recorda a todos como o sofrimento de Belém é uma ferida aberta para o Médio Oriente e para o mundo inteiro. Neste Natal pensemos, pensemos na Terra Santa.
Ao concluir, Francisco fez votos aos presentes que “vivam este dia com fé e alegria; que seja um testemunho do Evangelho!”. Abençoou a todos de coração, e pediu: “Não se esqueçam de rezar por mim. Feliz Natal!”.