A beleza de Jesus Cristo, nossa esperança, no mistério da Visitação foi o tema da catequese desta quarta-feira
Da Redação, com Vatican News
Maria não teme os perigos, mas vai ao encontro dos outros. Palavras do Papa Francisco na audiência geral desta quarta-feira, 5, no ciclo de catequeses “Jesus Cristo, nossa esperança”, por ocasião do Jubileu 2025.
Francisco esteve presente, mas por causa de um resfriado forte, confiou a leitura de sua catequese ao padre Pierluigi Giroli, sacerdote rosminiano, funcionário da Secretaria de Estado. “Peço-lhes desculpas porque com este resfriado forte está difícil falar”, disse o Papa antes da leitura do texto.
A reflexão de hoje foi concentrada na beleza de Cristo, esperança, no mistério da visitação. Também se concentrou na visita de Maria a Isabel e em características da Virgem que, “depois do espanto” com que o anjo lhe anunciou, “põe-se a caminho”. Ela não teve medo dos perigos nem dos julgamentos alheios e, movida pelo amor, foi ajudar uma parente.
No texto, Francisco explica que a Virgem Maria visita Santa Isabel, mas é Jesus, no ventre materno, que visita o seu povo, como diz Zacarias no seu hino de louvor.
Disponibilidade ilimitada
Após o anúncio do Anjo, Maria levanta-se e coloca-se a caminho, como todos os chamados da Bíblia. Aqui, o Papa ressalta que o único ato com que o homem pode corresponder ao Deus que se revela é aquele da disponibilidade imediata.
Assim fez Maria: a jovem não escolheu proteger-se do mundo, mas, sentindo o impulso do amor, foi ao encontro de sua parente Isabel. Essa era também uma idosa que acolhia uma gravidez inesperada e difícil de enfrentar em sua idade. “Mas a Virgem também vai ao encontro de Isabel para partilhar a sua fé no Deus do impossível, e a sua esperança no cumprimento das suas promessas.”
Um louvor de fé, esperança e alegria
O encontro entre as duas mulheres tem um impacto surpreendente: a voz da “cheia de graça”, que saúda Isabel e provoca a profecia na criança que a idosa traz no seu ventre, e suscita nela uma dupla bênção: “Bendita és tu entre as mulheres e bendito é o fruto do teu ventre”. E também uma bem-aventurança: “Bem-aventurada és tu que creste, pois se hão de cumprir as coisas que da parte do Senhor te foram ditas!”
“Perante o reconhecimento da identidade messiânica do seu Filho e da sua missão de mãe, Maria não fala de si mesma, mas de Deus, e suscita um louvor cheio de fé, esperança e alegria, um cântico que ressoa todos os dias na Igreja durante a oração das Vésperas: o Magnificat”, escreve Francisco.
De acordo com o Papa, a presença maciça do motivo da Páscoa faz também do Magnificat um cântico de redenção. O pano de fundo é a memória da libertação de Israel do Egito. “Os verbos estão todos no passado, imbuídos de uma memória de amor que ilumina o presente com a fé e ilumina o futuro com a esperança: Maria canta a graça do passado, mas é a mulher do presente que carrega o futuro no seu ventre”.
A plenitude da salvação, cumprimento das promessas
Segundo Francisco, o Senhor, que se inclinou sobre a pequena Maria para nela realizar grandes coisas e a fazer mãe do Senhor, começou a salvar o seu povo a partir do Êxodo, recordando a bênção universal prometida a Abraão.
Deus, fiel para sempre, fez correr um fluxo ininterrupto de amor misericordioso de geração em geração sobre o povo fiel à aliança, e agora manifesta a plenitude da salvação no seu Filho, enviado para salvar os homens dos seus pecados. De Abraão a Jesus Cristo e à comunidade dos fiéis, a Páscoa surge assim como a categoria hermenêutica para compreender toda a libertação posterior, até à alcançada pelo Messias na plenitude dos tempos.
Na conclusão da catequese, o pedido do Papa a Deus: “A graça de podermos esperar o cumprimento de cada uma de suas promessas; e para que Ele nos ajude a acolher a presença de Maria em nossas vidas”.