Francisco enviou mensagem à Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, reunida em assembleia plenária, e propôs compromissos a membros
Da Redação, com Vatican News

Papa Francisco abraça criança, registro de 2024 / Foto: REUTERS/Remo Casilli
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos membros da Pontifícia Comissão para a Tutela dos Menores, reunidos em assembleia plenária, nesta terça-feira, 25. O Santo Padre destaca que a prevenção dos abusos não somente é como uma medida emergencial, mas uma base sólida para a construção de comunidades seguras e fiéis ao anúncio de Cristo.
“É como ‘oxigênio’ para as Igrejas locais e as comunidades religiosas”, indica o Pontífice, “porque onde há uma criança ou uma pessoa vulnerável em segurança, ali se serve e se honra Cristo”. No texto datado de 20 de março, ele assinala ainda que, no trabalho da comissão, concretiza-se uma verdade profética: “a prevenção dos abusos não é um cobertor para encobrir emergências, mas um dos alicerces sobre os quais construir comunidades fiéis ao Evangelho”.
Francisco enfatiza ainda que a proteção das vítimas e sobreviventes não se limita a protocolos, mas envolve formação, prevenção e escuta ativa. Além disso, pede que as vítimas sejam acolhidas com o coração, encontrando, na Igreja, um lugar seguro e compassivo, onde sua dignidade seja restaurada.
“Sentinelas que vigiam enquanto o mundo dorme”
Diante disso, o Papa propõe três compromissos aos membros da comissão. Primeiro, crescer no trabalho comum com os departamentos da Cúria Romana. Segundo, oferecer às vítimas e aos sobreviventes hospitalidade e cuidado para as feridas da alma, no “estilo do bom samaritano”. Isso inclui o ato de escutar com o “ouvido do coração”, para que cada testemunho encontre não registros a serem preenchidos, mas entranhas de misericórdia das quais possa renascer. E, por fim, construir alianças com realidades extraeclesiais – autoridades civis, especialistas, associações –, para que a proteção se torne uma linguagem universal.
Concluindo sua mensagem, o Santo Padre encoraja a comissão a seguir como “sentinelas que vigiam enquanto o mundo dorme”, preservando a memória e garantindo que a Igreja permaneça comprometida com a prevenção dos abusos e o acolhimento das vítimas. Por fim, assegura suas orações pelos participantes da Assembleia Plenária e pede a intercessão da Virgem Maria.