Segundo o Papa, Pentecostes é marcado pelo testemunho, a fraternidade e o início de uma Igreja missionária e universal
Da redação, com Rádio Vaticano
“O Espírito Santo derramado no Pentecostes, no coração dos discípulos, é o início de uma nova era: a era do testemunho e da fraternidade”. Foi o que afirmou o Papa Francisco neste domingo, 24, Solenidade de Pentecostes, durante a oração do Regina Coeli.
O pontífice destacou que a festa de Pentecostes faz reviver o início da Igreja, narrado pelo livro dos Atos dos Apóstolos. Naquela ocasião, disse o Papa, os discípulos foram completamente transformados por essa efusão e o medo cedeu o lugar para a coragem, o fechamento para o anúncio e toda dúvida foi expulsa pela fé, cheia de amor. “É o batismo da Igreja que começa assim o seu caminho na história, guiada pela força do Espírito Santo”, disse.
Francisco recordou como este acontecimento mudou a vida dos apóstolos, abrindo as portas do Cenáculo e levando-os ao anúncio de Cristo Ressuscitado, bem como à experiência da universalidade da Igreja.
“Cada um dos presentes ouve os discípulos falar em sua própria língua. O dom do Espírito restabelece a harmonia das línguas que tinha sido perdida em Babel e prefigura a dimensão universal da missão dos Apóstolos. A Igreja nasce universal, una e católica, com uma identidade precisa, mas aberta, que abraça o mundo inteiro, sem excluir ninguém”, frisou o Santo Padre.
O livro dos Atos dos Apóstolos também relata que, sobre os discípulos desceram chamas de fogo. O Papa explicou que eram as chamas do amor que queimam toda amargura; era a língua do Evangelho que atravessa os confins impostos pelos homens e toca os corações da multidão, sem distinção de língua, raça ou nacionalidade.
“Com o dia de Pentecostes, o Espírito Santo é derramado continuamente também hoje sobre a Igreja e sobre cada um de nós para sairmos de nossa mediocridade e de nossos fechamentos e comunicar ao mundo o amor misericordioso do Senhor. Esta é a nossa missão! Também nos foi dado como dom a língua do Evangelho e o fogo do Espírito Santo para proclamarmos Jesus ressuscitado, vivo e presente em nosso meio, aproximando os povos a Ele que é caminho, verdade e vida”, sublinhou ainda Francisco.
“Confiemo-nos à materna intercessão de Maria, que estava presente como Mãe em meio aos discípulos no Cenáculo, para que o Espírito Santo desça abundantemente sobre a Igreja de nosso tempo, encha os corações de todos os fiéis e acenda neles o fogo de seu amor”, concluiu.
Beatificações e a situação dos deslocados
Após a oração do Regina Coeli, o Papa disse que acompanha com preocupação a situação dos numerosos deslocados no Golfo de Bengala e no Mar de Andaman.
“Exprimo o meu apreço pelos esforços realizados pelos países que acolheram essas pessoas que estão passando por grandes sofrimentos e perigos. Encorajo a comunidade internacional a prestar-lhes a assistência humanitária necessária.”
O Santo Padre recordou que no sábado, 23, foram beatificados Dom Oscar Romero, em El Salvador, e Irmã Irene Stefani, no Quênia. O arcebispo de San Salvador foi assassinado por ódio à fé enquanto celebrava a Eucaristia.
“Este pastor zeloso, seguindo o exemplo de Jesus, escolheu estar no meio de seu povo, especialmente dos pobres e oprimidos, pagando com a sua vida. A religiosa irmã Irene, italiana das Missionárias da Consolata, serviu o povo queniano com alegria, misericórdia e terna compaixão. Que o exemplo heroico desses Beatos suscite em cada um de nós o desejo ardente de testemunhar o Evangelho com coragem e abnegação.”
Francisco pediu aos peregrinos para rezarem por ele e concedeu a todos sua bênção apostólica.