“Não nos escondamos atrás da hipocrisia das aparências, mas entreguemos confiadamente à misericórdia do Senhor as nossas opacidades, erros e misérias”, disse Francisco em sua homilia
Da redação, com Vatican News
Na celebração penitencial presidida pelo Papa Francisco nesta sexta-feira, 17, na paróquia Santa Maria Delle Grazie, próxima ao Vaticano, Francisco pediu que os fiéis colocassem em prática um exame de consciência. Neste momento de oração, as “24 horas para o Senhor”, o Pontífice explicou que a confissão, neste momento, torna-se um momento belo de reconciliação.
“Não se tratam de realidades materiais, mas de riquezas religiosas”, observou Francisco. “Quantas vezes acontece de querermos ser melhores que os outros? Quantas vezes os católicos assim procedem apenas porque vão à paróquia ou à missa se vangloriam de serem justos?”, reiterou.
Seguindo em sua homilia, o Pontífice voltou à parábola do fariseu e do publicano. O fariseu, segundo o Papa, coloca-se à frente de Deus e admira sua própria probidade. O publicano, por sua vez, dá espaço a Deus e não fala de si mesmo. “Fala pedindo perdão a Deus. E como este é verdade em nossas relações familiares e até eclesiais. Um espaço salutar sem que o outro seja absorvido ou aniquilado. É assim que se sucede na vida daquele publicano, que se vê como pecador diante de Deus e permite que o Senhor se aproxime dele”, afirmou Francisco.
Longe da presunção
“Irmãos, irmãs, lembremo-nos disto: o Senhor vem a nós, quando nos distanciamos do nosso eu presunçoso. Ele pode encurtar as distâncias conosco quando, com honestidade e sem fingimento, lhe trazemos a nossa fragilidade”, ponderou o Sucessor de Pedro. É preciso se aproximar de Deus e, claramente, dizer: eu sou um pecador, acrescentou.
Francisco observou ainda que tanto o fariseu quanto o publicano vivem dentro de nós. “Façamos um exame de consciência. Não nos escondamos atrás das hipocrisias e aparências, mas entreguemos confiadamente à misericórdia do Senhor as nossas opacidades, erros e misérias”, finalizou.
As “24 horas para o Senhor” acontecem anualmente durante a Quaresma. Trata-se de um momento de reconciliação que foi invocado pelo Papa Francisco desde 2014. A iniciativa é sempre celebrada às vésperas do IV Domingo da Quaresma. Nesta sexta-feira, 17, e no sábado, 18, a proposta é que as igrejas fiquem abertas para os féis se dedicarem à oração e confissão.