Francisco pediu que católicos e ortodoxos se unam para cuidar do meio ambiente e promover a paz entre os cristãos do Oriente Médio
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco enviou uma mensagem ao Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, de Constantinopla (atual Istambul), por ocasião da festa de Santo André, nesta quinta-feira, 30, padroeiro do Patriarcado Ecumênico. Em sua mensagem, Francisco pede que católicos e ortodoxos estreitem forças não apenas no discurso teológico, mas também nas ações de promoção da paz mundial.
O Patriarca Ecumênico Bartolomeu I, de Constantinopla (atual Istambul), é considerado “o primeiro entre os iguais” na Igreja Ortodoxa Oriental e é o líder espiritual de 300 milhões de cristãos ortodoxos em todo o mundo.
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O crescente distanciamento no século 5 ao 11 entre a Igreja Bizantina, sediada em Constantinopla e a Igreja Católica baseada em Roma, chegou à tona com o Grande Cisma de 1054, que dividiu os seguidores de Cristo na Ortodoxia Oriental e catolicismo ocidental.
O desejo de curar o passado partiu da Igreja Católica no século 20, com o Concílio Vaticano II, de 1962 a 1965. Foi necessária a coragem de dois grandes líderes de ambos os lados para acabar com esta divisão que durou mais de 900 anos: o Papa Paulo VI e o Patriarca Ecumênico Athenagoras de Constantinopla se encontraram e se abraçaram em Jerusalém.
“Este momento histórico de comunhão entre os Pastores da Igreja de Roma e a Igreja de Constantinopla traz à mente as palavras do Patriarca Athenagoras ao acolher o Papa Paulo VI à Igreja Patriarcal de São Jorge, onde Sua Santidade está reunido hoje. Eu acredito que essas palavras podem continuar a inspirar o diálogo entre nossas Igrejas”, lembrou Francisco em sua mensagem.
Desde então, as duas Igrejas têm mantido um diálogo em direção à comunhão. A Comissão Internacional Conjunta Católica-Ortodoxa para o Diálogo Teológico tem se reunido periodicamente. Além disto, também enviam delegações para as festas dos seus respectivos padroeiros.
“Nos últimos meses acompanhei com grande interesse sua participação em importantes eventos internacionais realizados em todo o mundo no que diz respeito ao cuidado da criação, convivência pacífica entre povos de diferentes culturas e tradições religiosas e presença de cristãos no Oriente Médio. O compromisso de Sua Santidade é uma fonte de inspiração, apoio e encorajamento para mim pessoalmente, pois, como você sabe, compartilhamos essas mesmas preocupações. É minha fervorosa esperança que os católicos e os ortodoxos possam promover iniciativas conjuntas a nível local em relação a essas questões, pois existem muitos contextos em que os ortodoxos e os católicos já podem trabalhar juntos sem esperar o dia da comunhão plena e visível”, finalizou Francisco.