Pedido foi feito durante a celebração penitencial desta sexta-feira, 9, que iniciou “24 horas para o Senhor” no Vaticano
Da redação
“Deixemo-nos purificar pelo amor, para reconhecer o verdadeiro amor”. Este foi o pedido do Papa Francisco durante celebração penitencial realizada na tarde desta sexta-feira, 9, que marca a abertura da iniciativa “24 para o Senhor” no Vaticano. Com o tema “Contigo está o perdão” (Sl 130, 4), a ação é voltada para o sacramento da Reconciliação por meio da confissão.
Durante sua homilia, o Santo Padre reafirmou a grandiosidade do amor de Deus como algo muito além do imaginário e do entendimento humano. “Deus é sempre maior do quanto possamos imaginar, estendendo-se para além de qualquer pecado que a nossa consciência nos acuse. Não conhece limites, é um amor desprovido de confins; não apresenta aqueles obstáculos que nós, ao contrário, costumamos interpor a uma pessoa, pelo receio que venha privar-nos da liberdade”, expôs o Pontífice.
De acordo com Francisco, ainda que o pecado seja capaz de afastar o homem de Deus, ele é incapaz de afastar Deus do homem. “A condição de fraqueza e confusão, em que o pecado nos coloca, é mais um motivo para Deus ficar junto de nós; esta certeza deve acompanhar-nos sempre na vida”, ressaltou. O Papa prosseguiu afirmando que a humanidade só descobrirá a grandeza do amor de Deus quando puder vê-Lo face a face.
Leia também
.: Igrejas no Brasil e no mundo vivem “24 horas para o Senhor”
O Santo Padre relembrou a frase do apóstolo João ao reafirmar que a graça de Deus torna o homem sempre acompanhado do amor divino: “Na sua presença, sentir-se-á tranquilo o nosso coração, mesmo quando o coração nos acuse; pois Deus é maior que o nosso coração e conhece tudo”. Segundo o Pontífice, a esperança provoca no homem a tomada de consciência da desorientação em que muitas vezes cai a existência humana, situação exemplificada na experiência de Pedro com a vida e a morte de Jesus Cristo.
“Pedro queria ensinar o seu Mestre, queria precedê-Lo; ao contrário, é Jesus que vai morrer por Pedro; e isto, Pedro não o compreendera, não o quisera compreender. Pedro confronta-se agora com o amor do Senhor e, finalmente, compreende que Ele o ama e lhe pede para se deixar amar. Pedro dá-se conta de que sempre se recusara a deixar-se amar, sempre se recusara a deixar-se salvar plenamente por Jesus; afinal, não queria, de todo, que Jesus o amasse”, dissertou Francisco.
O Papa reascendeu a necessidade dos fiéis deixarem-se amar verdadeiramente por Deus, reconhecendo a verdadeira condição de devedores de tudo a Deus. “Sempre quereríamos que algo de nós não estivesse obrigado à gratidão, quando, na realidade, somos devedores de tudo, porque Deus é o primeiro a amar e, por amor, nos salva totalmente. Peçamos agora ao Senhor a graça de nos dar a conhecer a grandeza do seu amor, que apaga todos os nossos pecados”, finalizou.