Francisco disse que é preciso evitar que se viva alienado como se jamais fôssemos morrer
Da Redação, com Rádio Vaticano
O Papa Francisco celebrou a missa desta terça-feira, 22, na capela da Casa Santa Marta e interpretou a reflexão com a qual a Igreja conduz a última semana do Ano Litúrgico: um chamado do Senhor para pensar no fim da vida.
Francisco disse que é preciso evitar que se viva alienado como se jamais fôssemos morrer.
Que rastro deixaremos?
“Não gosta de pensar nessas coisas”, observou, “mas ali está a verdade”. Ele destacou que quando um de nós tiver ido embora, passarão anos e quase ninguém se lembrará. Francisco contou que tem uma “agenda” em que escreve quando uma pessoa morre e observa como o tempo passou. Para ele, isso nos obriga a pensar no que deixaremos, qual é o “rastro” da nossa vida. E depois no final, como se lê no trecho de hoje do Apocalipse de João, haverá o juízo para cada um de nós.
“E nos fará bem pensar: ‘Mas como será o dia em que eu estarei diante de Jesus?’ Quando Ele me perguntará sobre os talentos que me deu, que uso fiz deles; quando ele me perguntará como estava o meu coração quando a semente caiu, como foi o caminho, os espinhos: essas Parábolas do Reino de Deus. Como recebi a Palavra? Com coração aberto? Eu a fiz germinar para o bem de todos ou a escondi?”
Todos seremos julgados
Cada um de nós, portanto, estará diante de Jesus no dia do juízo, então, advertiu o Papa retomando as palavras do Evangelho de Lucas, “não os deixe enganar”. Ele explicou que a enganação de que fala é alienação, o estranhamento, a enganação das coisas que são superficiais, que não têm transcendência, de viver como se jamais fôssemos morrer. “Quando virá o Senhor, como me encontrará? Esperando ou em meio a tantas alienações da vida?”
“Eu me lembro quando era criança e fazia catecismo, nos ensinavam quatro coisas: morte, juízo, inferno ou glória. Depois do juízo havia esta possibilidade. ‘Mas Pai, isto é para nos assustar…’ Não, é a verdade! Porque se não cuidares do coração para que o Senhor esteja contigo e vives afastado sempre do Senhor, talvez haja o perigo, o risco de continuar afastado da eternidade do Senhor. É horrível isso!”.
Não teremos medo da morte se formos fiéis ao Senhor no momento de prestar contas, disse o Papa. Para concluir, Francisco se inspirou na leitura do Apocalipse de João que diz “Seja fiel até a morte e te darei a coroa da vida”.
“A fidelidade ao Senhor não desilude. Se cada um de nós for fiel ao Senhor, quando a morte chegar, diremos como Francisco: ‘vinde, irmã morte’… Ela não nos assustará. E quando será o dia do juízo, diremos ao Senhor: ‘Senhor, tenho tantos pecados, mas tentei ser fiel’. E o Senhor é bom. Este é o conselho que lhes dou: ‘Sejam fieis até a morte e lhes darei a coroa da vida’. Com esta fidelidade não teremos medo no fim, não teremos medo no dia do juízo”.