Na Catequese desta quarta-feira, 10, Francisco falou sobre “Rezar na vida cotidiana”
Da redação, com Vatican News
A oração ajuda a amar os outros, não obstante seus erros e pecados. É o que afirmou o Papa Francisco na Catequese desta quarta-feira, 10. No início de sua reflexão, o Santo Padre recordou a Catequese anterior. “Vimos que a oração cristã está ‘ancorada’ na Liturgia”.
“Hoje evidenciaremos como da Liturgia regressa sempre à vida quotidiana. Nas ruas, nos escritórios, nos meios de transporte. Nela o diálogo com Deus continua. Quem reza é como o apaixonado, que traz sempre no coração a pessoa amada, onde quer que esteja”. Disse o Pontífice na Audiência Geral realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico. O tema de hoje era: “Rezar na vida cotidiana”.
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Segundo o Papa, tudo é assumido no diálogo com Deus. Cada alegria torna-se um motivo de louvor, cada provação é ocasião para um pedido de ajuda. A oração é sempre viva, apontou Francisco, como o fogo das brasas, até quando os lábios não falam. “Cada pensamento, embora aparentemente “profano”, pode ser permeado de oração”.
O mistério da oração que ilumina a realidade
Até na inteligência humana há um aspecto orante, de acordo com o Santo Padre. Ela é uma janela aberta para o mistério. Ilumina os poucos passos e abre para toda realidade, que a precede e a supera.
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“Esse mistério não tem rosto perturbador nem angustiante. O conhecimento de Cristo nos faz confiar que onde o nosso olhar e os olhos da nossa mente não podem ver, não há o nada, mas uma graça infinita. A oração cristã infunde no coração humano uma esperança invencível. Qualquer que seja a experiência que toque o nosso caminho, o amor de Deus pode transformá-la em bem”, sublinhou o Pontífice.
O Catecismo da Igreja Católica afirma que homens e mulheres aprendem a rezar em certos momentos. São eles: escutando a Palavra do Senhor e participando do seu mistério pascal. Mas a cada momento, comentou Francisco, nos acontecimentos de cada dia, o Espírito é oferecido para fazer brotar a oração.
Encontrar Deus no presente
Francisco alertou para o fato do tempo estar nas mãos do Pai. “É no presente que nós o encontramos; não ontem nem amanhã, mas hoje. Eu encontro Deus hoje. Sempre existe o hoje do encontro”, disse ainda.
“Não há outro dia maravilhoso do que o hoje que vivemos”, destacou o Pontífice. Há pessoas que vivem pensando sempre no futuro, que ele será melhor. Não vivem o hoje, são pessoas que vivem na fantasia, não sabem viver o concreto do real, alertou o Santo Padre. “O hoje é real. O hoje é concreto. A oração se realiza no hoje. Jesus vem ao nosso encontro hoje, o hoje que estamos vivendo. E é a oração que o transforma em graça, ou melhor, que nos transforma, apazigua a raiva, sustenta o amor, multiplica a alegria, infunde a força de perdoar”.
A graça através da oração
A graça vive e age em homens e mulheres através da oração. É o que pontuou o Papa em sua reflexão. “É a graça que espera. Não se esqueçam: viver o hoje. Quando você estiver com raiva, insatisfeito, pare e diga: ‘Senhor, onde você está? Aonde estou caminhando?’. O Senhor está ali e lhe dará a palavra justa, o conselho para ir adiante, sem este sulco amargo do negativo”, disse ainda Francisco.
“A oração é sempre positiva, faz ir adiante. Cada dia que começa, se for acolhido na oração, é acompanhado de coragem, para que os problemas a enfrentar já não sejam obstáculos à nossa felicidade, mas apelos de Deus, ocasiões para o nosso encontro com Ele”, frisou.
A oração ajuda a amar os outros
Rezar sempre por tudo e por todos, foi o apelo do Santo Padre. Rezar pelos entes queridos, mas também por aqueles que não se conhece. Rezar até pelos inimigos, como a Escritura muitas vezes convida a fazer. Segundo o Papa, a oração dispõe a um amor superabundante.
“Rezemos especialmente pelos infelizes, por quantos choram na solidão e perdem a esperança de que ainda haja um amor que pulse por eles. A oração realiza milagres; e então os pobres intuem, pela graça de Deus, que até na sua situação precária, a oração do cristão tornou presente a compaixão de Jesus, pois Ele olhou com grande ternura para as multidões cansadas e perdidas como ovelhas sem pastor. O Senhor é o Senhor da compaixão, da proximidade, da ternura. O estilo do Senhor é compaixão, proximidade e ternura”.
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O Pontífice prosseguiu afirmando que a oração ajuda a amar os outros, não obstante seus erros e pecados. “A pessoa é sempre mais importante do que as suas ações, e Jesus não julgou o mundo, mas o salvou”.
A vida daquelas pessoas que sempre julgam os outros é ruim, advertiu Francisco. “É uma vida ruim, infeliz, pois Jesus veio para nos salvar. Abre o seu coração. Perdoa, justifica os outros, entenda. Fique próximo aos outros, tenha compaixão, ternura como Jesus”.
A oração ajuda a amar os outros, pois lembra que todos são pecadores e, ao mesmo tempo, amados por Deus, frisou o Santo Padre. “Amando assim este mundo, amando-o com ternura, descobriremos que cada dia e cada situação traz dentro de si um fragmento do mistério de Deus”.
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Coragem para rezar em cada momento e situação
Francisco concluiu sua catequese afirmando que a humanidade é frágil, mas sabe rezar. “Esta é a nossa maior dignidade, é a nossa fortaleza. Coragem! Rezar em cada momento, em cada situação. (…) O Senhor está próximo de nós. Quando uma oração está em sintonia com o coração de Jesus, obtém milagres”.