Do Hospital Agostino Gemelli, Francisco rezou por todos os enfermos e fez um apelo por um sistema de saúde acessível a todos
Da redação, com Vatican News
Da janela do décimo andar do Hospital Agostino Gemelli, o Santo Padre recebeu o carinho dos fiéis — uma imagem que não se via desde 2005, quando, no dia 13 de março, São João Paulo II pronunciou algumas palavras em público após uma traqueotomia.
O Sucessor de Pedro acenou aos fiéis presentes na pequena praça que fica na entrada da estrutura e dali fez uma breve meditação sobre o Evangelho do dia, destacando de modo especial uma frase de Jesus aos discípulos: “curavam numerosos doentes, ungindo-os com óleo” (Mc 6,13).
“Este ‘óleo’ é certamente o sacramento da Unção dos enfermos, que dá conforto ao espírito e ao corpo. Mas este ‘óleo’ é também a escuta, a proximidade, o cuidado, a ternura de quem cuida da pessoa doente: é como uma carícia que faz sentir melhor, alivia a dor e soleva.”
Para Francisco, mais cedo ou mais tarde, todos necessitamos desta “unção” e todos podemos oferecê-la a alguém, com uma visita, um telefonema, uma mão estendida a quem necessita de ajuda. “Recordemos que no protocolo do juízo final Mateus, 25, uma das coisas que nos perguntarão será a proximidade aos doentes.
Sistema de saúde acessível a todos
Todavia, esta dimensão pessoal do cuidado deve ser alargada para uma dimensão social, em que todos os cidadãos possam usufruir de um sistema de saúde.
“Nesses dias de internação no hospital, prosseguiu o Pontífice, experimentei quanto é importante um bom serviço de saúde gratuito, acessível a todos, como existe na Itália e em outros países. Um sistema de saúde gratuito, que garanta um bom serviço acessível a todos. Não se pode perder este bem precioso. É preciso mantê-lo! E para isso é necessário que todos se empenhem, porque serve a todos e pede a contribuição de todos.”
O Pontífice lamentou que às vezes, na Igreja quando alguma instituição de saúde passa por problemas financeiros, inclusive por má gestão, o primeiro pensamento é vender estrutura: “Mas a sua vocação na Igreja não é ter dinheiro, mas prestar um serviço e uma serviço é sempre gratuito, não se esqueçam, salvar as instituições gratuitas”.
Por fim, Francisco dirigiu uma palavra a quem trabalha em hospitais, pedindo orações pelos enfermos:
“Quero expressar o meu apreço e o meu encorajamento aos médicos e a todos os agentes de saúde e aos funcionários dos hospitais. E rezemos por todos os doentes, aqui estão alguns amigos crianças doentes. Por que as crianças sofrem? Por que sofrem as crianças é uma pergunta que toca o coração. Acompanhemo-las com a oração e rezemos por todos os doentes, especialmente por aqueles em condições mais difíceis: ninguém fique só, cada um possa receber a unção da escuta, da proximidade, da ternura e do cuidado. E é o que pedimos por intercessão de Maria, nossa Mãe, saúde dos enfermos.”