Reflexão do Angelus neste domingo foi baseada no relato das Bodas de Caná; Papa frisou o modo de agir de Deus e sua prontidão para ajudar o homem
Da Redação, com Vatican News
No Angelus deste domingo, 16, o Papa Francisco refletiu sobre o Evangelho deste II Domingo do Tempo Comum, que traz o célebre episódio das Bodas de Caná. O relato apresenta o primeiro milagre de Jesus, transformando a água em vinho para a alegria dos esposos.
Francisco evidenciou que a passagem se conclui assim: “Esse foi o princípio dos sinais que Jesus realizou; ele manifestou a sua glória e os seus discípulos creram nele” (Jo 2,11).
“Observamos que o evangelista João não fala de um milagre, ou seja, de um evento poderoso e extraordinário que gera maravilhas. Ele escreve que em Caná ocorre um sinal, que desperta a fé dos discípulos.”, disse o Papa.
Sinal, indício que revela o amor de Deus
O Papa explicou, então, o que é um “sinal” de acordo com o Evangelho. Trata-se de um indício que revela o amor de Deus, ou seja, não chama a atenção para o poder do gesto, mas para o amor que o provocou.
“Ele nos ensina algo do amor de Deus, que é sempre próximo, terno e compassivo. O primeiro sinal ocorre enquanto dois recém-casados estão em dificuldade no dia mais importante de suas vidas. No meio da festa, falta um elemento essencial, o vinho, e a alegria corre o risco de acabar em meio às críticas e insatisfação dos convidados.”
O Santo Padre ressaltou que Nossa Senhora percebe o problema e discretamente o aponta para Jesus. E Ele intervém sem clamor, quase sem dar a perceber. Segundo Francisco, assim é a ação de Deus: com proximidade e discrição.
“Os discípulos de Jesus veem isto: eles veem que graças a Ele a festa de casamento se tornou ainda mais bela. E eles também veem a maneira de agir de Jesus, seu serviço escondido, de tal forma que os elogios pelo bom vinho vão então para o noivo. Assim a semente da fé começa a se desenvolver neles, ou seja, eles creem que em Jesus Deus está presente, o amor de Deus.”
Segundo o Papa, é bonito pensar que o primeiro sinal que Jesus realiza não é uma cura extraordinária ou um prodígio no templo de Jerusalém. Em vez disso, é um gesto que atende a uma necessidade simples e concreta das pessoas comuns. É assim que Deus gosta de agir, frisou: Ele está pronto para nos ajudar, para nos reerguer.
Deus quer o melhor para nós
O Pontífice apontou que há outra característica distintiva do sinal de Caná. “Normalmente o vinho dado no final da festa era o menos bom, o vinho aguado. Jesus, ao invés, faz de modo que a festa termine com o melhor vinho.”
Dito isso, explicou que, simbolicamente, isto quer dizer que Deus quer o melhor para nós, que sejamos felizes. “Ele não estabelece limites e não nos pede recompensa. No sinal de Jesus não há espaço para segundos fins, para exigências ao casal. Não, a alegria que Jesus deixa no coração é plena e sem pretensões. Nunca é aguada!”
Antes de encerrar sua reflexão, Francisco sugeriu um exercício aos fiéis e peregrinos reunidos na Praça São Pedro. Ele os convidou a procurar na memória os sinais que Deus realizou em suas vidas para mostrar que os ama. “E perguntemo-nos: com que sinais, discretos e solícitos, Ele me fez sentir sua ternura? Como eu descobri sua proximidade e me deixou uma grande alegria no coração?”.
O Papa concluiu exortando os fiéis a reviverem os momentos em que experimentaram sua presença e a intercessão de Maria. “Que ela, a Mãe, que como em Caná está sempre atenta, nos ajude a valorizar os sinais de Deus em nossa vida.”