Papa Francisco segue no ciclo de catequeses sobre a paixão pela evangelização; hoje, explicou o que significa ser apóstolo, enfatizando o dom do serviço
Da Redação, com Vatican News
Uma reflexão sobre a maneira de ser apóstolos numa Igreja apostólica que está a serviço dos outros. Assim foi a catequese do Papa Francisco nesta quarta-feira, 15, na Praça São Pedro, dando continuidade ao ciclo de reflexões sobre a paixão de evangelizar. O Santo Padre explicou o que significa “ser apóstolo” hoje em dia.
Ser apóstolo significa ser “enviado para uma missão”, disse o Papa. Assim, o Cristo Ressuscitado envia os seus apóstolos ao mundo, transmitindo-lhes a força que Ele mesmo recebeu do Pai e dando-lhes o seu Espírito.
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Outro aspecto fundamental é a vocação, lembrou o Papa, ou seja, o chamado. Jesus chamou os que ele quis, constituiu-os como um grupo, dando-lhes o título de “apóstolos”, para estarem com Ele e enviá-los em missão, sublinhou Francisco. O mesmo aconteceu com São Paulo, “chamado a ser apóstolo”.
Segundo o Papa, a experiência dos doze apóstolos e o testemunho de Paulo convidam os fiéis hoje a verificar suas atitudes e decisões. O Pontífice ressaltou que o chamado recebido como um dom gratuito deve ser respondido gratuitamente.
A vocação cristã não é uma promoção
Retomando o ensinamento do Concílio Vaticano II de que a vocação cristã é também, por natureza, vocação ao apostolado, Francisco explicou que se trata de um chamado a todos. “É um chamado que nos permite desempenhar a nossa tarefa apostólica de maneira ativa e criativa, dentro da Igreja em que ‘há diversidade de ministério, mas unidade de missão’”.
O Santo Padre ressaltou que, no âmbito da missão, a diversidade de carismas e ministérios não deve dar lugar, no seio do corpo eclesial, a categorias privilegiadas. “Não há promoção aqui, e quando você concebe a vida cristã como uma promoção, que o de cima comanda os outros porque conseguiu subir, isso não é cristianismo. Isso é puro paganismo. A vocação cristã não é uma promoção para subir, não! Isso é outra coisa.”
Francisco explicou aos fiéis que, embora alguns sejam constituídos doutores, pastores, o que reina é a igualdade entre todos quanto à dignidade e atuação em benefício da edificação do corpo de Cristo. “Quem tem mais dignidade na Igreja: o bispo, o sacerdote? Não… Somos todos cristãos a serviço dos outros.”
A vocação que Jesus dá é a do serviço
O Papa conclui reiterando que todos são iguais e, quando uma das partes se considera mais importante, está errada. A vocação que Jesus dá a todos, também aos que parecem estar em lugares mais elevados, é a do serviço.
“Se você encontrar uma pessoa que tem uma vocação mais elevada na Igreja, mas é vaidosa, então você vai dizer: ‘Coitada’! Reze por ela porque não compreendeu qual é a vocação de Deus. A vocação de Deus é a adoração do Pai, o amor à comunidade e o serviço. Isso é ser apóstolos, este é o testemunho dos apóstolos.”