Mensagem

Papa: todos que cuidam de quem sofre são "anjos de esperança"

Lugares de sofrimento geralmente são locais de partilha, onde se descobre o amor a partir do cuidado, frisa Papa na mensagem para o Dia do Enfermo

Da redação, com Vatican News

Papa abraça criança atendida pelo Bambino Gesù, hospital administrado pela Santa Sé, em 16 de março do ano passado /Foto: Alessia Giuliani IPA Sipa USA via Reuters

Foi divulgada, nesta segunda-feira, 27, a mensagem do Papa Francisco para o XXXIII Dia Mundial do Enfermo que será celebrado em 11 de fevereiro. “A esperança não engana, e fortalece-nos nas tribulações” é o tema da mensagem deste ano na qual a Igreja convida todos a serem “peregrinos da esperança” neste Ano Jubilar de 2025.

Extraído da carta de São Paulo aos Romanos, o tema da mensagem é composto por “expressões reconfortantes, mas que podem levantar algumas questões, sobretudo em quem sofre”. O Santo Padre reflete sobre a presença de Deus junto dos que sofrem, particularmente nos três aspectos que a caracterizam: o encontro, o dom e a partilha.

Encontro

“Quando Jesus envia os setenta e dois discípulos em missão, exorta-os a dizer aos doentes: ‘O Reino de Deus já está próximo de vós’. Ou seja, pede-lhes que os ajudem a aproveitar a oportunidade de encontro com o Senhor, mesmo na doença, por muito que seja dolorosa e difícil de compreender”, escreve Francisco.  No momento da doença, o Pontífice frisa ser possível sentir toda a fragilidade (física, psíquica e espiritual) e experimentar a proximidade e a compaixão de Deus, que em Jesus participou do sofrimento da humanidade

A doença, prossegue, é então a oportunidade para um encontro que transforma, a descoberta de uma rocha firme na qual se descobre que todos podem se ancorar para enfrentar as tempestades da vida. “Uma experiência que, mesmo no sacrifício, nos torna mais forte”, enfatiza;

Dom 

Em nenhuma outra ocasião como no sofrimento, Francisco afirma ser possível se dar conta de que toda a esperança vem do Senhor. “Assim sendo, é primeiramente um dom a ser acolhido e cultivado permanecendo ‘fiéis à fidelidade de Deus’, segundo a linda expressão de Madeleine Delbrêl”, escreve. Além disso, o Papa pontua que só na ressurreição de Cristo é que cada um dos destinos encontra o seu lugar no horizonte infinito da eternidade.

“O Ressuscitado caminha conosco, fazendo-se nosso companheiro de viagem, como aconteceu com os discípulos de Emaús. À semelhança destes, também nós podemos partilhar com Ele as nossas perturbações, preocupações e desilusões, podemos escutar a sua Palavra que nos ilumina e faz arder o coração, e reconhecê-Lo presente ao partir o Pão, recolhendo do seu estar conosco, apesar dos limites do tempo presente, aquele “mais além” que, ao aproximar-se, nos restitui a coragem e a confiança”, destaca.

Partilha

Por fim, ao comentar o terceiro aspecto, a partilha, o Santo Padre frisa que lugares onde se sofre são frequentemente espaços de partilha. “Quantas vezes se aprende a esperar junto ao leito de um doente! Quantas vezes se aprende a crer ao lado de quem sofre! Quantas vezes descobrimos o amor inclinando-nos sobre quem tem necessidade! Ou seja, percebemos que todos juntos somos ‘anjos’ de esperança, mensageiros de Deus, uns para os outros: enfermos, médicos, enfermeiros, familiares, amigos, sacerdotes, religiosos e religiosas. E isto, onde quer que estejamos: nas famílias, nos ambulatórios, nos postos de saúde, nos hospitais e nas clínicas”, ressalta.

Francisco afirma ser importante saber captar a beleza e o alcance dos encontros de graça, e aprender a anotá-los na alma para não os esquecer: guardar no coração o sorriso amável de um profissional de saúde, o olhar agradecido e confiante de um doente, o rosto compreensivo e atencioso de um médico ou de um voluntário, o rosto expectante e trepidante de um cônjuge, de um filho, de um neto, de um querido amigo.

“Todos eles são raios de luz que é preciso valorizar e que, mesmo durante a escuridão das provações, não só dão força, mas dão o verdadeiro sabor da vida, no amor e na proximidade.”

“Queridos doentes, queridos irmãos e irmãs que cuidam de quem sofre, neste Jubileu, mais do que nunca, vocês desempenham um papel especial. O caminhar juntos de vocês é um sinal para todos, ‘um hino à dignidade humana, um canto de esperança’, capaz de levar luz e calor aonde é mais necessário”, conclui Francisco.   

Adiada celebração do Dia Mundial do Enfermo para 2026

Em comunicado divulgado nesta segunda-feira, 27, o Dicastério para o Serviço do Desenvolvimento Humano Integral e o Dicastério para a Evangelização, Seção para Questões Fundamentais da Evangelização no Mundo, informam que, por causa do Ano Jubilar de 2025, o Papa Francisco transferiu a celebração do Dia Mundial do Enfermo deste ano, no Santuário Mariano da Virgem de Chapi, em Arequipa, no Peru, para o próximo ano, 2026. O arcebispo de Arequipa, Dom Javier Del Rio Alba, acolheu com grande entusiasmo a decisão do Santo Padre.

O Dia Mundial do Enfermo é celebrado, anualmente, em 11 de fevereiro, memória litúrgica de Nossa Senhora de Lourdes. A cada três anos, a celebração do dia se realiza de forma solene num santuário mariano. No Ano Jubilar, a Igreja celebrará o Dia Mundial do Enfermo na forma ordinária, no âmbito diocesano, no dia 11 de fevereiro. O Jubileu dos Enfermos e do Mundo da Saúde se realizará nos dias 5 e 6 de abril, e o Jubileu das Pessoas com Deficiência nos dias 28 e 29 de abril.   

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