Em prefácio de livro sobre as JMJs, Francisco comenta desafios enfrentados pelos jovens no mundo contemporâneo
Da Redação, com Vatican News
Faltam menos de três meses para a Jornada Mundial da Juventude (JMJ) em Lisboa, e a contagem regressiva dos jovens católicos espalhados pelo mundo inteiro se intensifica. Em meio à expectativa para o maior evento da juventude católica mundial, a jornalista portuguesa Aura Miguel publicou “Um longo caminho até Lisboa”, livro que narra a história das JMJs na visão de quem viveu quase todas elas. O prefácio é de autoria do Papa Francisco.
A ideia do livro surgiu em 2013, enquanto a jornalista e o Pontífice viajavam para o Rio de Janeiro, para a primeira JMJ de Francisco como sucessor de Pedro. Contudo, antes dela, o Cardeal Bergoglio só havia participado de uma Jornada: a primeira, em seu país natal, em 1987. Coincidentemente, a única que Aura não acompanhou pessoalmente.
Desde então, a vaticanista esteve presente em 12 JMJs: sete com São João Paulo II, três com o Papa Bento XVI e duas com o Papa Francisco – agora, ambos seguem para a terceira neste pontificado. Toda essa experiência é registrada no que, segundo o Santo Padre, é um “belo livro”.
A vida é real, não virtual
No prefácio, Francisco fala sobre a emoção sentida ao viver a JMJ e sua preocupação com os jovens. Ele ressalta que as mudanças de gerações – e especialmente o surgimento dos “nativos digitais” – constituem novos desafios. Um deles é o risco cada vez maior, frente ao desenvolvimento da tecnologia, da vivência de uma vida virtual, em frente as telas, e o isolamento.
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“Várias vezes, convidei os jovens a não ‘balconar’, isto é, a não ficarem na sacada vendo a vida passar como observadores que não se misturam, que não sujam as mãos, que colocam a tela de um celular ou de um computador entre eles e o resto do mundo (…) A juventude é sonho, é abertura à realidade, é descoberta do que realmente vale na vida, é luta para conquistá-lo, é abertura a relações intensas e verdadeiras, é compromisso com os outros e pelos outros”.
Cuidar, importar-se e interessar-se
Essa responsabilidade em relação ao outro também é destacada pelo Papa. Diante de um mundo imerso em tantas guerras, como a da Ucrânia, os jovens são chamados a se perguntar como podem contribuir, cuidar, importar-se e interessar-se pelos irmãos. Essas experiências de “saída” e as Jornadas Mundiais da Juventude, segundo Francisco, são um antídoto para a apatia e a indiferença.
“A JMJ é um evento de graça que desperta, alarga o horizonte, fortalece as aspirações do coração, ajuda a sonhar, a olhar além. É uma semente plantada que pode dar bons frutos. Portanto, hoje precisamos de jovens atentos, desejosos de responder ao sonho de Deus, interessados aos outros. Jovens que descobrem a alegria e a beleza de uma vida dedicada a Cristo no serviço aos outros, aos mais pobres, aos que sofrem”.
Acompanhe a JMJ 2023
A Jornada Mundial da Juventude 2023 acontece entre os dias 1º e 6 de agosto, em Lisboa, Portugal. A cobertura completa do encontro do Papa com a juventude católica do mundo todo você acompanha pelo Sistema Canção Nova de Comunicação.
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