INCLUSÃO SOCIAL

Papa: inclusão de pessoas com deficiência não deve ser um slogan

O Pontífice acolheu um grupo de deficientes por ocasião do Dia Internacional das Pessoas com Deficiência e afirma que, ao promover a dignidade e a inclusão de todos, a Igreja cumpre a sua missão profética

Da redação, com Vatican News

O Santo Padre durante a audiência no Vaticano no Internacional Dia da Pessoa com Deficiência / Foto: Vatican Media – IPA -Sipa USA via Reuters

“Acolher as pessoas com deficiência e responder às suas necessidades é um dever das comunidades civil e eclesial”, disse o Papa Francisco durante uma audiência no sábado com um grupo de deficientes da Itália no Vaticano por ocasião da observância anual da Conferência Internacional Dia da Pessoa com Deficiência, que é comemorado em 3 de dezembro.

Uma responsabilidade constante da Igreja

O Papa iniciou seu discurso expressando seu apreço pelo compromisso constante das comunidades eclesiais na Itália em manter a atenção voltada para as pessoas com deficiência, observando que “promover o reconhecimento da dignidade de cada pessoa é uma responsabilidade constante da Igreja”.

Recordou que este era o olhar de Deus sobre as pessoas que encontrava: “um olhar de ternura e de misericórdia sobretudo para os excluídos”. “Por isso cada vez que a comunidade cristã transforma a indiferença em proximidade e a exclusão em pertença, cumpre a sua missão profética”.

Com efeito, explicou, não basta defender os direitos das pessoas.

“Todo homem e toda mulher, seja qual for a condição em que se encontrem, são portadores não só de direitos que devem ser reconhecidos e garantidos, mas também de necessidades ainda mais profundas, como a necessidade de pertencer, relacionar-se e cultivar a sua vida espiritual para vivê-la em sua plenitude e bendizer ao Senhor por este dom único e maravilhoso.”

Fazer com que sintam pertencer a algum lugar

Gerar e apoiar comunidades inclusivas, portanto, “significa eliminar toda discriminação e satisfazer concretamente a necessidade de cada pessoa de se sentir reconhecida e de se sentir parte” de uma comunidade.

Isto implica não só garantir às pessoas com deficiência o acesso aos edifícios e aos locais de encontro, tornar acessíveis as línguas e superar as barreiras físicas e os preconceitos, mas também promover “uma espiritualidade de comunhão, para que todos se sintam parte de um corpo, com a sua personalidade irrepetível”.

“Não há inclusão se falta a experiência da fraternidade e da comunhão recíproca. Não há inclusão se ela permanecer um slogan, uma fórmula a ser usada em discursos politicamente corretos, uma bandeira. Não há inclusão se não houver conversão nas práticas de convivência e relacionamento”.

Ninguém pode ser excluído

Concluindo seu discurso, o Sucessor de Pedro expressou seu desejo de que “pertencimento” e “inclusão” se tornem “objetivos da ação pastoral ordinária” e não apenas palavras vazias. “Assim poderemos ser credíveis quando proclamarmos que o Senhor ama a todos, que é a salvação de todos e que todos convida à mesa da vida, ninguém excluído”.

Concluindo, Francisco encorajou as comunidades cristãs em seu trabalho pelas pessoas com deficiência, dizendo que seu testemunho é um sinal concreto de paz e esperança para um mundo mais humano e fraterno nestes tempos de guerra.

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência

O Dia Internacional das Pessoas com Deficiência (IDPD) foi estabelecido pela ONU em 1992 para promover uma compreensão das questões da deficiência e mobilizar apoio para a dignidade, direitos e bem-estar das pessoas com deficiência.

O tema escolhido para 2022 é “Soluções transformadoras para o desenvolvimento inclusivo: o papel da inovação no fomento de um mundo acessível e equitativo”, com foco em três vertentes: emprego, redução da desigualdade e desenvolvimento.

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