Vaticano

Papa: guerras e misérias levam ao declínio da solidariedade fraterna

Papa recebeu os participantes de conferência sobre crises alimentar e humanitária, e falou sobre a urgência de aliviar o sofrimento de quem passa fome

Da redação, com VaticanNews

“Se as armas não fossem produzidas por um ano, a fome no mundo acabaria”, destacou Francisco citando afirmação de um estudioso / Foto: Stas V by Getty Images

O Papa Francisco recebeu, na manhã desta quarta-feira, 10, os participantes da conferência promovida pela Pontifícia Academia das Ciências intitulada “Crises alimentar e humanitária: ciência e políticas para sua prevenção e mitigação”. O encontro aconteceu na sala adjacente à Sala Paulo VI, antes da tradicional Audiência Geral na Praça São Pedro, no Vaticano.

No início de seu discurso, o Papa afirmou que o tema escolhido para a conferência é oportuno: “Não apenas para o debate acadêmico, mas também porque faz um apelo às autoridades e práticas políticas, a fim de aliviar o sofrimento de muitos dos nossos irmãos e irmãs que não têm uma alimentação saudável e não têm acesso a alimentos suficientes”.

O Pontífice recordou o que um estudioso disse alguns meses atrás: “Se as armas não fossem produzidas por um ano, a fome no mundo acabaria”.

Desafio urgente

Francisco afirmou que este é um desafio urgente, pois, muitas vezes, situações marcadas por catástrofes naturais e conflitos armados, a corrupção e a exploração da terra impedem a produção alimentar. Isso ameaça os sistemas agrícolas e, por consequência, o abastecimento nutricional de populações inteiras.

“É um fato: guerras e misérias levam ao declínio da solidariedade fraterna, e esse declínio é determinado pelas reivindicações egoístas inerentes a alguns modelos econômicos atuais”, complementou.

Segundo o Papa, “uma crise também pode se tornar uma oportunidade, uma ocasião propícia para reconhecer e aprender com os erros do passado”.

Neste sentido, Francisco espera que esta conferência ajude “a todos a saírem melhores das crises que estamos vivendo, não só apostando nas soluções técnicas, mas, sobretudo, recordando que é essencial desenvolver uma atitude de solidariedade universal baseada na fraternidade, no amor e na compreensão recíproca”.

Não podemos sair de uma crise sozinhos

A este propósito, o Papa afirmou que “a Igreja apoia e encoraja” todos os esforços não só para nutrir os outros ou responder às crises, mas também para promover o desenvolvimento humano integral, a justiça entre os povos e a solidariedade internacional”.

Em seguida, Francisco explicou a diferença entre crises e conflitos:

“Os conflitos são fechados em si mesmos. É difícil sair de um conflito de forma construtiva. Em vez disso, é possível sair das crises, se deve sair, mas com duas condições: não podemos sair de uma crise sozinhos, ou saímos juntos ou não saímos. Isso é importante! Não se pode sair sozinho, é preciso a comunidade, o grupo para sair. Por outro lado, se sai de uma crise para melhorar, sempre para seguir em frente, para progredir”.

Por fim, Francisco agradeceu aos participantes da conferência promovida pela Pontifícia Academia das Ciências por “sua atitude perante esta crise, a fim de sairmos juntos e sairmos melhores”.

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