Em mensagem aos participantes da 8° edição do Festival das Migrações, Papa encoraja o desenvolvimento de propostas concretas para eliminar as causas da migração forçada
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco enviou uma mensagem aos participantes do 8° Festival da Migração que teve início, em Modena e outras cidades da Emília Romagna, nesta quarta-feira, 25. A organização do encontro, que prossegue até sábado 28, conta com a colaboração da Fundação Migrantes da Conferência Episcopal Italiana.
Esta edição do Festival da Migração tem como tema “Livres para partir, livres para ficar” e retoma o tema da mensagem do Papa Francisco para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado deste ano, dedicado à liberdade de escolher entre migrar ou ficar.
Os participantes do Festival da Migração “refletem sobre os fluxos migratórios contemporâneos através de considerações que vão além da emergência”, ressalta o Papa, “na consciência de que estamos perante um fenômeno multifacetado, complexo, global e de longo prazo”, sublinha.
“Vocês reiteram a centralidade da pessoa humana na concepção das políticas e dos programas migratórios, com particular atenção às categorias mais vulneráveis, como as mulheres e os menores. Com efeito, o princípio do primado da pessoa humana e da sua dignidade inviolável «obriga-nos a colocar sempre a segurança pessoal à frente da segurança nacional»”, escreve o Papa, citando um trecho de sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2018.
Migração segura
E ainda: «Jesus Cristo nos pede para não cedermos à lógica do mundo, que justifica a prevaricação sobre os outros para o meu proveito pessoal ou do meu grupo: primeiro eu, e depois os outros! Ao contrário, o verdadeiro lema do cristão é ‘primeiro os últimos’», recorda o Papa, citando um trecho de sua mensagem para o Dia Mundial do Migrante e do Refugiado de 2019.
Francisco os encoraja a “desenvolver propostas concretas para promover a migração regular e segura”. Nesta linha, “é necessário multiplicar esforços para combater as redes criminosas, que especulam sobre os sonhos dos migrantes. Mas é igualmente necessário indicar estradas mais seguras. Por isso, devemos nos comprometer com a ampliação de canais migratórios regulares”.
Segundo o Papa, “devemos trabalhar arduamente para garantir a todos o direito de não terem de migrar”. “Os migrantes fogem da pobreza, do medo, do desespero. Para eliminar estas causas e assim pôr fim à migração forçada, é necessário o compromisso comum de todos, cada um segundo as suas responsabilidades. Um compromisso que começa por nos perguntarmos o que podemos fazer, mas também o que devemos deixar de fazer”, recorda o Pontífice.
Por fim, Francisco lembra que “devemos fazer tudo o que estiver ao nosso alcance para deter a corrida aos armamentos, o colonialismo econômico, a pilhagem dos recursos alheios, a devastação da nossa Casa comum”.