Tempestade Daniel

Papa Francisco reza por vítimas de inundações na Líbia

Tempestade Daniel provocou chuvas torrenciais que causam catástrofe no leste da Líbia; Papa reza por mortos e feridos

Da Redação, com Boletim da Santa Sé e Vatican News

Devastação após a passagem do furacão Daniel na Líbia /Foto: REUTERS – Julio Cesar Chavez

Com tristeza o Papa Francisco recebeu a notícia das violentas inundações provocadas por chuvas torrenciais na Líbia. Este é um dos efeitos da passagem do furacão Daniel que causou uma verdadeira catástrofe no leste do país, especialmente em Derna, literalmente submersa pelas águas. As estimativas são de pelo menos dois mil mortos e 10 mil desaparecidos. 

A mensagem, assinada pelo secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, foi enviada ao núncio apostólico na Líbia, Dom Savio Hon Tai-Fai, e publicada nesta terça-feira, 12. O cardeal expressa a dor do Papa pelas mortes e destruição causadas no país.

“Ele [o Papa] assegura suas orações pelas almas dos que morreram e pelos que choram por suas perdas. Sua Santidade também expressa proximidade espiritual aos feridos, àqueles que temem por seus entes queridos desaparecidos e às equipes de emergência que providenciam o resgate e assistência.”

A tragédia

Agravando a situação, houve ainda o rompimento simultâneo de duas barragens. Descrito pelos especialistas como um fenômeno extremo pela quantidade de água que caiu, a tempestade havia atingido, nos dias precedentes, também Grécia, Turquia e Bulgária, MATANDO pelo menos 27 pessoas, além do rastro de destruição.

Depois de ter perdido intensidade, a tempestade voltou a ganhar força ao chegar à Líbia, com ventos que chegaram a 180 km/hora e precipitações entre 50 e 250 mm, segundo o Centro Meteorológico Regional Árabe. Isso causou inundações em uma vasta área que vai de Benghazi até El Beida. De acordo com o Centro Nacional de Meteorologia da Líbia, a tempestade deverá avançar cada vez mais a leste, ao redor das áreas de Jaghbub, e alcançar as regiões na fronteira com o Egito.

O presidente do Conselho Presidencial da Líbia, Muhammad Manfi, declarou várias províncias da região nordeste da Cirenaica como “zona de desastre” e apelou à comunidade internacional para que forneça ajuda humanitária.
Al Manfi afirmou já ter contatado países como Espanha e Itália para coordenar o seu apoio e as petrolíferas Total (França) e Eni (Itália) comprometeram-se a fornecer três aviões à disposição do Governo de Benghazi na terça-feira. Tunísia, Egito, Argélia e Catar ofereceram ajuda.

O Crescente Vermelho anunciou a morte de três dos seus membros durante operações de resgate em Derna. A falta de recursos e o difícil acesso a estas zonas montanhosas obrigou equipes de resgate e cidadãos a retirar vítimas dos escombros com utensílios domésticos e a sepultá-las em valas comuns no cemitério de Martouba, a cerca de vinte quilômetros de distância, que recebeu até agora 350 corpos.

Ajuda humanitária

Foi também criada uma ponte aérea entre a capital, Trípoli, e a região oriental para transportar os feridos mais críticos e a companhia aérea nacional Afriqiya Airways ofereceu voos gratuitos para a circulação de pessoal médico e agentes humanitários.

O primeiro ministro do Governo de Unidade Nacional (GUN), Abdulhamid Debiba, radicado em Trípoli, prometeu que o Estado indenizará todos os afetados pelas cheias e decretou três dias de luto pelas vítimas além de ordenar que as bandeiras do todo o país sejam içadas a meio mastro.

Por seu lado, o Executivo paralelo, apoiado pelo Parlamento e sediado em Benghazi, decretou este domingo e segunda-feira feriado em todas as instituições e escolas públicas – com exceção das forças de segurança, médicos e profissionais essenciais – da região da Cirenaica, que controla sua administração.

A Missão das Nações Unidas na Líbia (Unsmil) afirmou num comunicado que está acompanhando de perto a situação de emergência e está pronta para fornecer assistência humanitária urgente para complementar os esforços nacionais e locais.

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