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Diálogo

Papa Francisco nomeia bispo de Xangai

Em entrevista à mídia vaticana, cardeal secretário de Estado explica as razões para a nomeação e reitera a vontade de diálogo da parte da Igreja católica

Da Redação, com Vatican News

A Santa Sé anunciou neste sábado, 15, a nomeação feita pelo Papa Francisco de um bispo para Xangai, na China: Dom Giuseppe Shen Bin, transferindo-o da diocese de Haimen. Em entrevista à mídia vaticana, o secretário de Estado do Vaticano, Cardeal Pietro Parolin, explicou as razões para a nomeação, reiterando a vontade de diálogo da parte da Igreja católica e a expectativa de abertura de um escritório estável de ligação da Santa Sé na China.

O cardeal fez um apanhado das relações entre a Santa Sé e a China em relação ao Acordo provisório que desde setembro de 2018, e depois prorrogado em 2020 e 2022, regula as nomeações e transferências de bispos no país asiático. Ele reiterou que “princípio fundamental” do acordo e que deve ser respeitado é o da “consensualidade das decisões”.

Em sua análise, o secretário de Estado parte da situação de Dom Joseph Shen Bin, nomeado hoje pelo Papa. As autoridades chinesas já haviam, de fato, transferido-o para o novo cargo da precedente diocese de Haimen, informando a Santa Sé, mas sem envolvê-la na decisão, como prevê o Acordo. E já havia acontecido, cerca de um mês após a última renovação do Acordo, que Pequim havia instalado o bispo de Yujiang, John Peng Weizhao, como auxiliar da diocese de Jiangxi, que não é reconhecida pela Santa Sé, notícia que foi recebida com “surpresa e pesar”.

Situações pendentes

Com relação a Dom Shen Bin, descrito na entrevista como um “pastor estimado”, o Papa decidiu, em todo caso, sanar a irregularidade canônica para o bem maior da diocese, explica o Cardeal Parolin. O secretário de Estado observa que esse modo de proceder “parece desconsiderar o espírito de diálogo e colaboração estabelecido entre o Vaticano e o lado chinês ao longo dos anos e que encontrou um ponto de referência no Acordo”. Por exemplo, há outras “questões pendentes” relacionadas a dois bispos auxiliares – Dom Thaddeus Ma Daqin, ainda impedido, e Dom Joseph Xing Wenzhi, aposentado – que exigem uma “solução justa e sábia”.

Concordância para evitar dissabores

Em suas cinco respostas, em que articula a reflexão, o cardeal Parolin insiste na necessidade de um “diálogo aberto” e um “confronto respeitoso com o lado chinês”. Se as transferências fazem parte, diz ele, da “fisiologia do governo da Igreja” – e, portanto, não há nenhuma exclusão para que elas ocorram na China – o problema, repete ele, “surgiria se elas procedessem de maneira não consensual”, enquanto “a aplicação correta do Acordo permite evitar tais dificuldades”.

“Indispensável”, portanto, é “que todas as nomeações episcopais na China, incluindo as transferências, sejam feitas consensualmente, conforme acordado, e mantendo vivo o espírito de diálogo entre as Partes. Juntos, deve-se evitar situações desarmônicas que criem dissabores e incompreensões.

Três temas urgentes

Nesse ponto, o cardeal Parolin se concentra em alguns temas que, em sua opinião, “precisam ser tratados com urgência”. Ele identifica três em particular: a Conferência Episcopal, a comunicação dos bispos chineses com o Papa e a evangelização. A criação de uma conferência episcopal, enfatiza, tornaria possível realizar o desejo da Santa Sé de “ver crescer a responsabilidade dos Bispos na condução da Igreja na China”. Nesse contexto, continua, “é necessário estabelecer uma comunicação regular dos Bispos chineses com o Bispo de Roma, indispensável para uma comunhão efetiva, sabendo que tudo isso pertence à estrutura e à doutrina da Igreja católica, que as Autoridades chinesas sempre disseram que não querem alterar”.

Apesar de “muitas suspeitas” que “retardam e dificultam a obra de evangelização”, os católicos chineses, “mesmo aqueles definidos como ‘clandestinos’, merecem confiança – afirma o secretário de Estado – porque desejam sinceramente ser cidadãos leais e ser respeitados em sua consciência e em sua fé”. Portanto, é “necessário superar a desconfiança em relação ao catolicismo, que não é uma religião que deva ser considerada estranha – muito menos contrária – à cultura desse grande povo”.

Um escritório de ligação na China

“Eu quis dar essa entrevista – precisa o cardeal Parolin – porque os fiéis católicos, não apenas os da China, têm o direito de ser informados adequadamente”.

O cardeal diz estar ciente de que os obstáculos colocados no caminho minam a confiança e subtraem energias positivas, mas as razões para o diálogo parecem ainda mais fortes. Para tornar o diálogo entre as duas partes “mais fluido e frutífero”, a proposta do cardeal é a abertura de um escritório de ligação estável da Santa Sé na China. Segundo ele, isso “não só favoreceria o diálogo com as Autoridades civis, mas também contribuiria para a plena reconciliação dentro da Igreja chinesa e para o seu caminho em direção a uma desejável normalidade”.

“Assinamos um Acordo que pode ser definido como histórico”, conclui o secretário de Estado, mas que “precisa, no entanto, ser aplicado em sua totalidade e da maneira mais correta possível”. A Santa Sé, assegura, “está determinada a fazer a sua parte para que o caminho continue”.

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