ORAÇÃO

Papa Francisco agradece às crianças em oração pela paz

Em um post na plataforma “X”, Francisco agradece a todas as crianças que participaram da iniciativa ‘Um milhão de crianças reza o Terço pela #paz no mundo’

Da redação, com Vatican News

Papa Franciscou agradeceu às crianças que participaram da iniciativa pela paz / Foto: Reprodução Youtube

“Obrigado a todos os meninos e meninas que participam! Unamo-nos a eles e confiemos à intercessão de Nossa Senhora as populações que sofrem com a guerra”, é a mensagem do Papa Francisco na plataforma “X”, agradecendo a todos aqueles que se dedicaram à oração, unindo-se assim à iniciativa da Fundação de direito pontifício Ajuda à Igreja que Sofre.

Também as vozes das crianças de Kharkiv, no leste da Ucrânia, se uniram às orações das crianças de todo o mundo. Apesar da pouca idade, estas crianças que vivem em uma das cidades mais afetadas pelos bombardeamentos russos sabem, infelizmente, o que significa a falta de paz: o medo de morrer ao ouvir ou ver a explosão de um míssil, a perda de um ou de ambos os pais, irmãos ou avós, a saudade da casa, dos amigos, dos animais de estimação deixados após a evacuação, da falta de escola que não puderam frequentar primeiro por causa da pandemia e agora por causa da guerra.

As palavras do Papa no Angelus

O Papa Francisco havia falado sobre esta iniciativa de oração no Angelus de 13 de outubro, quando agradeceu a todas as crianças participantes, como recordou aos meios de comunicação vaticanos a Irmã Oleksia Pohranychna, da Congregação de São José, atuante na Catedral greco-católica de São Nicolau, em Kharkiv. “Unamo-nos a elas e confiemos à intercessão de Nossa Senhora (…) a martirizada Ucrânia, Mianmar, Sudão e as outras populações que sofrem com a guerra e todas as formas de violência e miséria.”

Espaços para brincar em meio à guerra

A religiosa conta ainda que “as crianças e adolescentes que participaram da oração do Terço, pertencem aos grupos de catequese. Este ano, entre os participantes na oração do Terço estava também uma menina, de quase dois anos, que ficou sentadinha no banco com o Terço na mão. Enfim, rezamos esta oração mariana porque todos nós, crianças e adultos, que vivemos na Ucrânia, queremos realmente que chegue uma paz justa; queremos uma vida tranquila”.

A Irmã Oleksia destaca que às crianças e aos jovens de Kharkiv faz muita falta a escola e oportunidades de convivência. Devido à proximidade ao front, o ensino nas escolas e universidades da região é on-line. Duas vezes por semana, na catedral Greco-católica, a Irmã Oleksia, junto com uma coirmã, organiza encontros para crianças e adolescentes, que não visam apenas a catequese, mas, sobretudo, criar espaços para brincarem, conversar e desenvolver atividades criativas.

Grande tensão

“Vocês sabem, infelizmente, que todos os meninos e meninas, que vivem em Kharkiv e naquela região podem ser definidos ‘filhos da guerra,’ porque sempre ouvem os estrondos dos bombardeios”, afirma a religiosa.

Domingo passado, enquanto eu conversava com o grupo de crianças uma menina me interrompeu, dizendo para esperar, porque queria falar sobre algo que havia acontecido no sábado, quando uma bomba tinha caído no prédio em frente ao seu. A menina disse: “Fiquei com medo. Vi que o prédio pegava fogo, então corri para a minha mãe. Ainda bem que ela estava comigo”.

Ouvir uma menina de sete anos dizer isso, causa um grande dor. Mas, é importante para uma criança falar, não se fechar, porque passa por muitas experiências dolorosas. Por isso, antes da oração, ao convidarmos as crianças presentes a apresentar suas intenções, a maioria repetia: “Rezemos pela paz, por dias tranquilos”. E muitas frequentemente dizem: “Queremos ir para a escola; queremos estar juntos; queremos nos comunicar”.

“Assim, infelizmente, a infância delas está sendo assim. Nunca se sabe quando será o próximo alarme de ataque aéreo. Por exemplo, enquanto estou falando contigo, passei a ouvir um alarme e não sabemos se é aviso de um míssil ou algo parecido em nossa direção… Também quando as crianças brincam ao ar livre ou no parquinho, correm sempre o risco que algo possa acontecer. Trata-se de um período de grande tensão”.

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