Papa Francisco falou aos membros da Coordenação das Associações para a Comunicação (Copercom) que é preciso aprender a ficar em silêncio
Da Redação, com Vatican News
O Papa Francisco recebeu na manhã desta segunda-feira, 31, os membros da Coordenação das Associações para a Comunicação (Copercom) por ocasião do 25° aniversário de fundação. A Coordenação é uma organização que coloca em rede várias associações nacionais que trabalham no campo da comunicação.
Francisco iniciou seu discurso afirmando que é uma boa oportunidade para refletir sobre a missão exigida de uma organização como esta nos dias atuais. “Os processos de comunicação mudam contínua e rapidamente, e isto requer ‘algo mais’ no planejamento e na visão”. Em seguida refletiu sobre alguns objetivos.
Coordenação
“O primeiro – disse o Papa – é, por assim dizer, institucional: a coordenação. É um objetivo nobre reunir várias realidades para atingir um fim específico. Coordenar é um verbo familiar. Mas para quem? Para quê? Estas são as perguntas que ajudam a definir melhor o compromisso diário com uma boa comunicação”.
O Papa também explicou que talentos e habilidades devem ser feitos para dar frutos para o benefício de todos, a serviço da Igreja na Itália. “Eu os encorajo a começar daqui, e a olhar para o futuro com confiança, prontos também para tomar caminhos diferentes e inovadores” exortou.
Especialistas em mudanças
Segundo Francisco, um segundo objetivo é a mudança. “Mudança não significa se alinhar com a moda do momento, mas converter o modo de ser e de pensar, começando com uma atitude de surpresa com o que não muda e ainda assim é sempre novo! Surpresa que é o antídoto contra o hábito repetitivo e a autorreferencialidade”.
A escuta
Para Francisco, o terceiro objetivo é um objetivo tríptico: “encontrar, escutar e falar. É uma espécie de ‘a-b-c’ do bom comunicador, porque é a dinâmica que sustenta toda boa comunicação. Primeiro, o encontro com o outro: significa abrir o coração, sem fingimento, para a pessoa à sua frente. O encontro é o pré-requisito para o conhecimento. Se não há encontro, não há comunicação. Depois vem a escuta”, explicou.
O Papa explicou que “trata-se de aprender a ficar em silêncio, antes de tudo dentro de si mesmo, e a respeitar o outro: respeitá-lo não formalmente, mas na verdade, ouvindo-o, porque cada pessoa é um mistério. A escuta é o ingrediente indispensável para que haja um verdadeiro diálogo. Só depois de ouvir é que vem a palavra”.
Segundo Francisco, a palavra, saída do silêncio e da escuta, pode se tornar anúncio, e então a comunicação se abre à comunhão. Encontrar, escutar e depois falar” recorda o Papa. Ele desejou que o trabalho dos presentes seja sempre “orientado por estas ações, sempre focalizando os substantivos, ou seja, as pessoas, mais do que os adjetivos que distraem”.
Sinodalidade
Por fim, o Papa falou sobre o último elemento a ser considerado, o caminho sinodal. “Além da leitura temporal, caminhar de forma sinodal significa viver plenamente a eclesialidade. Assim como o Concílio Vaticano II, que estava dando seus primeiros passos há sessenta anos, ensinou. Peço-lhes, portanto, que deem sua contribuição específica para este caminho da Igreja na Itália. A fraternidade de vida pode abrir uma janela importante em uma época de grande conflitualidade. E ressaltou, que vocês sejam, em seu compromisso diário, testemunhas e tecelões de comunhão”.