Papa faz apelo pelo fim da violência no Sudão do Sul

Francisco destaca que não há paz sem desenvolvimento e pede esforços para que se alcance uma solução pacífica

Da Redação, com Rádio Vaticano

Papa faz apelo pelo fim da violência no Sudão do Sul

Foto: Arquivo / L’Osservatore Romano

Um “apelo urgente” para colocar fim à violência no Sudão do Sul, assegurar a ajuda humanitária e promover a paz foi lançado pelo Papa Francisco numa mensagem enviada à diocese de Juba. O texto, assinado pelo Secretário de Estado, Dom Pietro Parolin, foi lido, na manhã deste domingo, 23, pelo Presidente do Pontifício Conselho da Justiça e da Paz, Cardeal Peter Turkson, durante a Missa, por ele presidida na Catedral de Santa Teresa, em Juba, na conclusão de sua visita de cinco dias ao país.

O Sudão do Sul, nação jovem que teve sua independência há apenas três anos, viu explodir a violência, em dezembro de 2013, num conflito étnico envolvendo as forças governamentais do Presidente Kiir, de etnia dinka, e os seguidores do Vice-presidente Machar, da etnia nuer.

“Sem paz não existe desenvolvimento”, escreveu Francisco na mensagem enviada ao Arcebispo de Juba, Dom Paulino Lukudu. “Esta guerra – sublinhou o Pontífice – custou a vida de pessoas inocentes, provocando divisões e causando pobreza, fome, doenças e morte. Não podemos permanecer indiferentes diante desta realidade”, enfatizou o Santo Padre.

O Pontífice pediu que as partes envolvidas, com o apoio da comunidade internacional, coloquem fim à violência, assegurando que os necessitados recebam ajuda humanitária. Ele também pediu que as partes busquem sem se cansar, soluções pacíficas, para fazer prevalecer o bem comum sobre interesses particulares.

A mensagem do Santo Padre exorta a promoção da “cultura do encontro”, que implica, antes de tudo, a rejeição do egoísmo e a capacidade de ver no outro não um inimigo, mas um irmão a ser aceito e com quem trabalhar junto. O empenho em criar um clima social construtivo, afirmou o Papa, deve prevalecer sobre o desejo de poder pessoal, com o claro reconhecimento de que os seres humanos, com as suas legítimas aspirações morais, éticas e sociais, venham sempre antes do Estado e dos diversos poderes que procuram submetê-los.

Referindo-se ao tempo da Quaresma, o Papa exortou à conversão das consciências à justiça, à fraternidade e à partilha.

A mensagem é concluída lembrando que a Igreja Católica condena todo ato de violência e trabalha na busca de um clima de diálogo, reconciliação e paz entre todos os membros da sociedade.

Iniciada em 19 de março, a visita do Cardeal Turkson ao Sudão do Sul está ligada à iniciativa quaresmal promovida pelas igrejas locais e intitulada “Quarenta dias de oração, jejum e caridade pela justiça, pela paz e reconciliação”.

Nos dias passados, o cardeal presidiu a Missa da dedicação da nova Paróquia de São José, em Juba, e teve diversos encontros com os bispos e as autoridades locais. Em particular, o Cardeal Turkson encontrou, na última quarta-feira, o Presidente Kiir e os membros do Governo, quando entregou a mensagem do Papa Francisco.

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