Papa fala à Academia das Ciências e recorda Bento XVI

Francisco encorajou o progresso científico a favor de todos e recordou as contribuições dadas por seu predecessor

Jéssica Marçal
Da Redação

O Papa Francisco recebeu em audiência nesta segunda-feira, 27, os acadêmicos da Pontifícia Academia das Ciências, que inauguraram hoje um busto em homenagem ao Papa emérito Bento XVI. Francisco retomou o relato da criação e deixou suas palavras de gratidão a seu predecessor, que foi membro da Academia.

A sessão plenária da Academia concentrou-se na evolução no conceito de natureza. O Santo Padre não entrou na complexidade científica da questão, mas destacou que Deus caminha com o homem e está presente também na natureza.

Ele comentou que, ao ler o relato da Criação em Gênesis, há o risco de imaginar Deus como um mago, que criou todas as coisas com uma varinha mágica. Mas, na verdade, Deus deu autonomia a cada um dos seres que criou, deixando que chegassem à própria plenitude, ao mesmo tempo em que garantiu a eles sua presença contínua.

“O início do mundo não é obra do caos, deriva diretamente de um Princípio supremo que cria por amor. O Big-Bang, que hoje se coloca na origem do mundo, não contradiz a intervenção do criador divino, mas o exige. A evolução na natureza não contrasta com a noção de Criação, porque a evolução pressupõe a criação dos seres que se evoluem”.

Francisco explicou que para o homem foi dada uma autonomia diferente daquela dada à natureza: a liberdade. A ação do homem participa do poder de Deus e é capaz de construir um mundo humano para todos, não para um grupo de privilegiados.

“Mas também é verdade que a ação do homem, quando a sua ação se torna autonomia – que não é liberdade, mas autonomia – destroi a criação e o homem toma o lugar do Criador. E este é o grave pecado contra Deus Criador”.

Francisco manifestou seu encorajamento ao progresso científico e à melhora das condições de vida do povo, especialmente dos mais pobres. Ele não deixou de se referir ao seu predecessor, Bento XVI, homenageado hoje.

“Bento XVI, um grande Papa. Grande pela força e penetração de sua inteligência, grande por sua relevante contribuição à teologia, grande por seu amor nos confrontos da Igreja e dos seres humanos, grande por sua virtude e religiosidade (…) Agradeçamos a Deus pelo dom que deu para a Igreja e ao mundo com a existência e o pontificado do Papa Bento”.

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