SANTOS E BEATOS

Papa: experiência interior de Santa Rosa se propagou como uma luz

Em 1258 o Papa Alexandre IV institui a Festa da Transladação do Corpo de Santa Rosa de Viterbo, que se perpetua até os nossos dias. O Papa afirmou aos membros da Confraria que Santa Rosa era, de certo modo, uma “santa agitada”, mas pelo Espírito Santo

Da redação, com Vatican News

Francisco e os membros da Confraria Facchini di Santa Rosa / Foto: ABACA via Reuters

O Papa recebeu em audiência no Vaticano na manhã desta quinta-feira, 11, uma delegação de 250 membros da Confraria “Facchini (“carregadores”) di Santa Rosa” de Viterbo.

Não obstante de fundação relativamente recente, as raízes da Confraria remontam ao ano de 1258, quando o corpo incorrupto de Santa Rosa foi transladado em procissão no dia 4 de setembro da Igreja de Santa Maria in Poggio (hoje chamada “della Crocetta”) para o então Mosteiro das Clarissas de São Damião, hoje Santuário de Santa Rosa. E precisamente para recordar a transladação, o Papa Alexandre IV instituiu a Festa de Translação do Corpo de Santa Rosa que se perpetuou no tempo e chegou até nossos dias.

Santa “agitada” pelo Espírito Santo

As raízes da sua história — escreveu o Papa no discurso não lido, mas entregue à delegação — remetem-nos aos tempos em que a Santa viveu em Viterbo, onde viveu uma experiência mística que a tornou promotora de devoção e de vitalidade cristã para toda a cidade. Desde muito jovem fez a escolha pela pobreza absoluta e pela dedicação à caridade, e foi uma verdadeira liderança, envolvendo muitos outros com o seu amor a Jesus, a ponto de se tornar uma presença incômoda para as autoridades, que a exilaram juntamente com família dela. Uma “santa agitada”, poderíamos dizer, mas pelo Espírito Santo, tanto que sua experiência interior não pode permanecer escondida, mas se difundiu como a luz de uma lâmpada que ilumina toda a casa.

Precisamos de santos assim, ainda hoje, sublinhou Francisco, “pessoas que não se sentam no sofá de pantufas mas que, ardentes do desejo incontrolável de viver e anunciar o Evangelho, com paixão tornam-se contagiosos na santidade”.

Patrimônio imaterial da humanidade

O Papa recorda que durante a celebração da festa, os “carregadores” transportam uma “máquina” [Macchina di Santa Rosa] com cerca de 3 metros de altura, pesando 500 quilos, sobre a qual é colocada uma imagem da Santa, explicando:

Trata-se de um sinal espetacular, que catalisa toda a cidade em torno de si e que atrai multidões de peregrinos e visitantes de todo o mundo, a tal ponto que desde 2013 a ‘macchina di Santa Rosa’ foi reconhecida pela UNESCO como “patrimônio imaterial da humanidade”.

Propagar o Evangelho com o exemplo de Santa Rosa

O Santo Padre chamou a atenção dos presentes de que seu serviço vai muito além, porque “ao mostrar a todos com o “Translado” o quão grande é o exemplo de Santa Rosa, por meio dela vocês dão a conhecer o Evangelho de Jesus”:

Eis o mais importante: dar a conhecer o Evangelho por meio de Santa Rosa; e fazê-lo juntos, unidos e solidários, vivendo os seus valores com “fé, força e vontade”, “respeito e humildade”, porque, em procissão e na vida, ninguém consegue realizar sozinho tão grande feito, precisamente como dizem os estatutos e como recorda um dos lemas que cantais juntos durante a caminhada: «Semo tutti den sentimento».

Ao concluir, o Papa também agradeceu “pelas numerosas atividades assistenciais, culturais e morais” realizadas pela Confraria, concretizando na vida das pessoas, especialmente das mais necessitadas, aquilo que representam por ocasião da Festa: “Encorajo-vos a manter viva esta tradição e abençoo-vos do fundo do meu coração. E recomendo, não se esqueçam de rezar por mim.”

Oração

“Oh, Deus, fonte viva de eterna juventude, nós de damos graças pelos dons de luz e de amor que semeastes na vida de Santa Rosa, esplêndida flor da cidade de Viterbo. O encanto puro da idade e o ardor intenso de seu jovem coração são um tesouro precioso, que fascina a todos, pequenos e grandes, e desperta um empenho para aqueles que desejam viver, amar e esperar. Pequena grande Santa Rosa, ao longo da via perfumada de sua vida exemplar queremos caminhar: acompanhe os nossos passos por um itinerário coerente de fé, solidariedade, e paz”. (Dom Lorenzo Chiarinelli, ex-bispo de Viterbo, nascido em 16 de março de 1935 em Concerviano e falecido em 3 de agosto de 2020 em Rieti)

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