Audiência

Papa exorta sacerdotes etíopes a serem construtores de paz

Francisco recebeu neste sábado, 11, no Vaticano, membros da Comunidade do Pontifício Colégio Etiópe, por ocasião dos 100 anos de fundação

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco recebeu, na manhã deste sábado, 11, no Vaticano, cerca de 70 membros da Comunidade do Pontifício Colégio Etiópe, por ocasião dos 100 anos de fundação. O Colégio etiópico se encontra entre os Jardins do Vaticano, e foi fundado em 1929.

O Santo Padre iniciou seu discurso saudando a todos os bispos da Etiópia e Eritreia presentes, entre os quais dois metropolitas e um cardeal, os estudantes com seus superiores, os religiosos e leigos. Um agradecimento particular foi reservado ao Cardeal Leonardo Sandri e ao Arcebispo Vasil. O Papa expressou também seu reconhecimento à Congregação para as Igrejas Orientais, que sustentam o Colégio, graças aos seus benfeitores.

Após as saudações e agradecimentos, Francisco explicou o porquê da presença de etíopes entro os muros do Vaticano: “Tudo começou com a construção da igreja, depois a hospedaria para peregrinos e, por fim, o colégio, que comemora cem anos de vida. Tudo isso pode ser resumido em uma palavra: acolhimento!”. Ao lado da antiga igreja, onde está o túmulo de São Pedro, os filhos de povos, que vivem distantes de Roma, mas próximos da fé dos Apóstolos, encontraram casa e hospitalidade cristã, completou.

O Pontífice recordou as palavras do grande monge, Tesfa Sion, o Etíope, escritas na lápide da vizinha igreja de Santo Estevão dos Abissínios, onde será celebrado o Jubileu do Colégio: “Eu mesmo sou etíope, que peregrina de um lugar para outro. Mas, em nenhum lugar, exceto Roma, encontrei a paz da alma e do corpo, porque aqui reina a verdadeira fé e também porque encontrei o Sucessor de Pedro, que veio ao encontro das nossas necessidades”.

O monge etíope Tesfa Sion enriqueceu a Cúria Romana com a sua sabedoria e revisou a impressão do Novo Testamento em língua etíope, afirmou o Papa. O Santo Padre acrescentou: “Vocês, sacerdotes estudantes, provenientes da Etiópia e Eritreia, duas Igrejas unidas pela mesma tradição, ainda hoje, nos transmitem a riqueza da história de suas terras, suas antigas tradições, a pacífica convivência com membros da religião judaica e islâmica, como com numerosos irmãos da Igreja Ortodoxa”.

Com este encontro de hoje, o Pontífice dirigiu seu pensamento a tantos irmãos e irmãs da Etiópia e Eritreia, cuja vida é marcada pela pobreza, pelas consequências da guerra fratricida, concluída há alguns meses, por anos de sofrimento e divisões étnicas. E exortou: “Vocês, sacerdotes, podem ser sempre artífices de bons relacionamentos e construtores de paz. Cultivem este dom de Deus, entre os fiéis que lhes serão confiados, aliviando suas feridas interiores e exteriores, contribuindo com meios de reconciliação, para o futuro das crianças e jovens de suas terras.”

Segundo Francisco, muitos dos compatriotas dos etíopes, movidos pela esperança, deixaram sua terra natal, com um alto preço, em busca de uma vida melhor em outros países, mas, quase sempre, passaram por tragédias no mar e em terra firme. O Papa agradeceu os que ofereceram hospitalidade, mas disse aos sacerdotes estudantes da Etiópia que ainda se pode fazer muito mais:

“Pode-se fazer ainda muito mais e melhor, tanto em sua pátria quanto no exterior, colocando em prática os anos de estudo e de permanência em Roma, através de um serviço humilde e generoso, com base na união com o Senhor, a quem dedicamos a nossa vida”.

O Santo Padre conclui seu discurso à comunidade da Etiópia e da Eritreia, encorajando todos a manter a preciosa tradição eclesial, sempre unida ao impulso missionário. “Faço votos de que à Igreja Católica, em suas nações, seja garantida a liberdade de servir ao bem comum, permitindo que seus alunos concluam os estudos, em Roma ou em qualquer outro lugar, e também tuteladas as instituições educacionais, sanitárias e assistenciais, para o bem e a prosperidade dos seus países”.

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