Missa no Vaticano

Papa exorta cardeais a se maravilharem com os desígnios de Deus

Papa presidiu a missa com os novos cardeais e o colégio cardinalício; uma homilia perpassada pela admiração com a missão da Igreja

Jéssica Marçal
Da Redação

Papa Francisco durante homilia na Missa com os novos cardeais e o colégio cardinalício / Foto: Reprodução Vatican Media

Um ministro da Igreja é alguém que sabe se maravilhar com o desígnio de Deus, ama apaixonadamente a Igreja e está pronto para servir onde e como o Espírito quiser. Essa foi a ênfase dada pelo Papa Francisco aos novos cardeais e ao colégio cardinalício que participaram da Missa presidida por ele nesta terça-feira, 30, na Basílica Vaticana.

A reflexão do Papa partiu das leituras próprias desta celebração “pela Igreja”, que apresentam uma dupla admiração. Primeiro, a admiração do apóstolo Paulo diante do desígnio de salvação de Deus. Depois, a admiração dos discípulos no encontro com Jesus ressuscitado que os envia em missão.

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“O hino com que se inicia a Carta aos Efésios brota da contemplação do desígnio salvífico de Deus na história”, disse o Papa. Ele frisou que, no desígnio de Deus, através dos tempos, tudo encontra sua origem, existência, destino e fim em Cristo.

Entrando no Evangelho da celebração, pode-se experimentar uma nova admiração. Desta vez, o encanto não é o próprio plano de salvação, explicou o Papa, mas o fato – ainda mais surpreendente – de que Deus nos envolve no seu plano: é a realidade da missão dos apóstolos com Cristo ressuscitado. Segundo o Papa, é difícil imaginar com que estado de espírito os onze discípulos receberam aquelas palavras do Senhor, que, ao final, trazia uma promessa: “Eu estarei convosco todos os dias, até ao fim dos tempos”.

“Estas palavras do Ressuscitado ainda têm força para fazer vibrar nossos corações, dois mil anos depois”, disse o Papa. A admiração também invade os ministros de hoje, a quem Deus repete esse envio.

Missa com os cardeais foi celebrada na Basílica de São Pedro / Foto: Reprodução Vatican Media

“Irmãos, esta admiração é um caminho de salvação! Que Deus a mantenha sempre viva em nós, porque nos liberta da tentação de nos sentirmos “à altura”, de nutrir a falsa segurança de que hoje, na realidade, é diferente, não é mais como era no início, hoje a Igreja é grande, é sólida, e nos situamos nos graus eminentes de sua hierarquia… Sim, há alguma verdade nisso, mas também há tanto engano, com que o Mentiroso tenta mundanizar os seguidores de Cristo e torná-los inofensivos”.

Francisco pontuou que essa admiração não diminui com o passar dos anos, nem com o crescimento das responsabilidades na Igreja. Pelo contrário: fortalece e se torna mais profunda. “Estou certo de que é assim também para vós, queridos Irmãos, que entrastes a fazer parte do Colégio Cardinalício”. Ele convidou os presentes na celebração a se questionarem como está sua admiração, se ainda são capazes dessa admiração, de se surpreenderem. 

O Papa conclui a sua homilia com este convite: para que os cardeais tenham o entusiasmo apostólico e a solicitude pelas comunidades, sempre com uma benção cheia de grata admiração.

 

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