Quarta parte da entrevista de Francisco à Agência Reuters foi dedicada a questões financeiras; Francisco disse acreditar que as reformas evitarão escândalos
Da Redação, com Vatican News
Na entrevista feita pelo correspondente da Agência Reuters, Phil Pullella, com o Papa Francisco, no último sábado, 2, um dos aspectos abordados foi a situação financeira do Vaticano. Respondendo a uma pergunta de Pullella, Francisco disse acreditar que as reformas financeiras evitarão escândalos no futuro, como os que vieram à tona nos últimos anos e como o da venda de um edifício em Londres, agora sob consideração no processo realizado pelo Tribunal do Vaticano.
Falando sobre o prédio de Londres, o jornalista perguntou: “O senhor acha que houve mudanças suficientes para evitar que escândalos semelhantes se repitam?” “Creio que sim”, respondeu o Pontífice, enumerando em seguida todos os passos realizados: “A criação da Secretaria para a Economia com técnicos qualificados, que não caiam nas mãos de ‘benfeitores’, ou de amigos que os fazem escorregar. Acredito que este novo dicastério, digamos assim, que tem todo o financiamento nas mãos, seja uma segurança séria na administração, pois antes, a administração era muito desordenada”.
Falta de estrutura favorecia desordem financeira
O Papa citou, então, o exemplo de um chefe de seção da Secretaria de Estado que tinha que administrar as finanças, mas, não sendo qualificado, procurava, de boa fé, amigos para lhe dar uma mão. “Mas às vezes os amigos não eram a Beata Imelda e aí aconteceu o que aconteceu”, comentou Francisco, citando Imelda, uma menina do século XIV que é um exemplo de pureza.
“(A culpa foi) – disse o Papa – da irresponsabilidade da estrutura, naquele momento, que deu a responsabilidade a uma pessoa boa que estava ali porque tinha a função que tinha. E ele não entendia (de questões financeiras) e teve que pedir ajuda fora sem controles suficientes de dentro. A administração não estava madura”.
Francisco lembrou que “a ideia da Secretaria para a Economia nasceu do cardeal Pell”. ”Ele foi o gênio”, concluiu.