Angelus

Papa: "Deus não fecha a ninguém a possibilidade de salvar-se"

Na oração mariana do Angelus, Francisco lembrou que a salvação de Deus é para todos os homens

Da redação, com Rádio Vaticano

Após abrir a Porta Santa na Basílica São João de Latrão, o Papa Francisco retornou ao Vaticano para rezar o Angelus com os milhares de fiéis reunidos na Praça São Pedro, neste domingo, 13.

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Foto: Reprodução CTV

A pergunta dirigida a João Batista “Que devemos fazer?”, extraída do Evangelho de Lucas, inspirou a reflexão do Papa sobre o caminho de conversão e salvação.

Francisco observa que três categorias de pessoas interpelam João: a multidão, os publicanos e alguns soldados. “Cada um destes grupos interroga o profeta sobre o que deve fazer para pôr em prática a conversão que ele prega”, explicou. E João responde dizendo que é a partilha dos bens de primeira necessidade:  “Quem tiver duas túnicas, dê uma a quem não tem; e quem tiver comida, faça o mesmo!”. Aos cobradores de impostos diz: “Não cobreis mais do que foi estabelecido, não cobrem propina”, e aos soldados, por fim: “Não tomeis à força dinheiro de ninguém, nem façais falsas acusações; ficai satisfeitos com o vosso salário!”.

“Três respostas para um idêntico caminho de conversão, que se manifesta nos compromissos concretos de justiça e de solidariedade. É o caminho que Jesus indica em toda a sua pregação: o caminho do amor concreto pelo próximo”, disse Francisco.

Para o Papa, estas advertências de João Batista faz compreender quais eram as tendências gerais de quem detinha o poder naquela época, nas mais diversas formas. Mas afirma que nenhuma categoria de pessoas está excluída de percorrer o caminho da conversão para obter a salvação, nem mesmo os publicanos considerados pecadores por definição.

“Deus não fecha a ninguém a possibilidade de salvar-se. Ele está ansioso para usar de misericórdia para com todos e de acolher a cada um no seu terno abraço de reconciliação e de perdão”, afirmou.

O Papa reiterou que as palavras de João propostas pela liturgia são também para os fiéis de hoje. “Convertam-se! É a síntese da mensagem de Batista”, disse o Papa, concluindo que uma dimensão particular da conversão é a alegria.

“Hoje é necessário coragem para falar de alegria, é necessário sobretudo fé! O mundo é afligido por tantos problemas, o futuro marcado por incógnitas e temores. E ainda que o cristão seja uma pessoa alegre, e a sua alegria não é algo superficial e efêmero, mas profunda e estável, porque é um dom do Senhor que preenche a vida. E a nossa alegria vem da certeza de que o Senhor está próximo”, disse.

O Papa conclui, pedindo que Maria “nos ajude a fortalecer a nossa fé, para que saibamos acolher o Deus da alegria, que sempre quer habitar em meio aos seus filhos” e “nos ensine a partilhar as lágrimas com quem chora, para poder dividir também os sorrisos”.

Porta Santas nas catedrais do mundo

Após recitar a oração mariana do Angelus, o Papa saudou os fieis e grupos presentes na Praça São Pedro, recordando que hoje, em todas as catedrais do mundo, serão abertas as Portas Santas, para que o Jubileu possa ser vivido plenamente nas Igrejas particulares.

“Desejo que este momento forte estimule a muitos a serem instrumentos da ternura de Deus. Como expressão das obras de misericórdia, serão abertas também as ‘Portas da Misericórdia’ nos locais em dificuldades e marginalização. A este propósito, saúdo os presos dos cárceres de todo o mundo, especialmente os da prisão de Pádua, que hoje estão unidos a nós espiritualmente neste momento de oração, e os agradeço pelo dom do concerto”.

 

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