Homilia do dia

Papa: Deus chora por nós quando nos afastamos Dele

Reflexão de hoje concentrou-se no relato bíblico da morte do filho do rei Davi; seu pranto mostra o coração de Deus, explicou o Papa

Da Redação, com Vatican News

O choro de Davi pela morte do seu filho é profecia do amor de Deus pela humanidade, afirmou o Papa Francisco na homilia desta terça-feira, 4, na Casa Santa Marta.

A reflexão partiu da Primeira Leitura do Dia, extraída do segundo livro de Samuel e que descreve o fim de uma longa batalha conduzida por Absalão contra o próprio pai, o rei Davi, para tomar o trono. “Meu filho Absalão! Por que não morri eu em teu lugar?”, é o grito angustiado de Davi, aos prantos, ao tomar conhecimento da morte do filho.

O Pontífice resumiu a narração, afirmando que Davi sofria por aquela guerra que o filho, Absalão, havia desencadeado contra ele, convencendo o povo a lutar ao seu lado contra o rei, a ponto de Davi ter que fugir para Jerusalém para salvar a própria vida.

“Descalço, com a cabeça coberta, insultado, enquanto outros lhe lançavam pedras, porque todo o povo estava do lado deste filho que o havia enganado, seduzindo o coração das pessoas com promessas”, disse o Papa.

Ao saber da notícia da morte do filho, Davi estremece e chora. Quem presencia a cena fica maravilhado com essa reação, explicou Francisco, uma vez que Absalão estava contra Davi e o havia renegado, insultado, perseguido.

“Davi só diz ‘Meu filho, meu filho, meu filho’ e chorava. Este pranto de Davi é um fato histórico, mas é também uma profecia. Nos mostra o coração de Deus, o que faz o Senhor conosco quando nos afastamos Dele, o que faz o Senhor quando nós destruímos a nós mesmos com o pecado, desorientados, perdidos. O Senhor é pai e jamais renega esta paternidade”.

Esse pranto de Deus é encontrado quando as pessoas vão se confessar, disse o Papa. Confessar não é como “ir à lavanderia” para tirar uma mancha, mas é “ir até o pai que chora por mim, porque é pai”.

“É tão grande o amor de pai que Deus sente por nós, que morreu no nosso lugar. Fez-se homem e morreu por nós. Quando olhamos para o crucifixo, devemos pensar nisto “Por que não morri eu em teu lugar”. E sentimos a voz do pai que no filho nos diz: “meu filho, meu filho”. Deus não renega os filhos, Deus não negocia a sua paternidade”.

O Papa enfatizou que o amor de Deus chega até o limite extremo. Quem está na cruz é Deus, o filho do Pai, enviado para dar a vida pela humanidade. “Nos fará bem, nos momentos ruins da nossa vida – todos nós temos – momentos de pecado, momentos de afastamento de Deus, sentir esta voz no coração: ‘Meu filho, minha filha, o que você está fazendo? Não se mate, por favor. Eu morri por você’”.

Por fim, o Papa recordou que Jesus chorou olhando Jerusalém, Jesus chorou “porque nós não deixamos que Ele nos ame”. E concluiu com um convite: “No momento da tentação, no momento do pecado, no momento que nós nos afastamos de Deus, busquemos ouvir esta voz: ‘Meu filho, minha filha, por quê?’”.

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