Este ano, o Dia internacional da Enfermagem é celebrado no contexto do Ano Internacional dos profissionais de enfermagem e obstetrícia, proclamado pela OMS
Da redação, com Santa Sé
Nesta terça-feira, 12, Dia Internacional da Enfermagem e do enfermeiro, o Papa Francisco escreveu uma mensagem para destacar o importante trabalho destes profissionais, principalmente no atual momento histórico, com a pandemia de coronavírus.
Este ano, a data é celebrada no contexto do Ano Internacional dos profissionais de enfermagem e obstetrícia, proclamado pela Organização Mundial da Saúde (OMS), e do bicentenário do nascimento de Florence Nightingale, que deu início à enfermagem moderna.
Francisco afirmou que nesta emergência sanitária mundial, com a Covid-19, redescobriu-se a importância fundamental do papel desempenhado pelo enfermeiro, como também do obstetra.
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.: Mensagem do Papa na íntegra
O Santo Padre lembrou que, diariamente, se vê o testemunho de coragem e sacrifício dos profissionais de saúde, nomeadamente enfermeiras e enfermeiros, que, com profissionalismo, abnegação, sentido de responsabilidade e amor ao próximo, prestam assistência às pessoas afetadas pelo vírus, com risco da própria saúde.
“Prova disso mesmo é o alto número de profissionais de saúde que, infelizmente, morreram no fiel cumprimento do seu serviço. Rezo por eles – o Senhor conhece-os por nome um a um – e por todas as vítimas desta epidemia. O Senhor ressuscitado conceda a cada um a luz do Paraíso e, às suas famílias, o conforto da fé”, afirmou.
Relação humana e humanizadora
Na mensagem, o Papa destacou que os enfermeiros, no contato diário com os doentes, fazem a experiência do trauma que o sofrimento provoca na vida de uma pessoa. E afirmou que estes profissionais de saúde optaram por uma vocação específica: “ser bons samaritanos que se ocupam da vida e das feridas do próximo”.
“Queridas enfermeiras, queridos enfermeiros, a responsabilidade moral guie o vosso profissionalismo, que não se há de limitar aos conhecimentos técnico-científicos, mas aparecer constantemente iluminado pela relação humana e humanizadora com o doente. ‘Ocupando-vos de mulheres e homens, crianças e idosos, em cada fase da sua vida, do nascimento à morte, estais comprometidos numa escuta contínua, destinada a compreender as exigências daquele doente, na fase que está a atravessar. Com efeito, diante da singularidade de cada situação, nunca é suficiente seguir um protocolo, mas é exigido um contínuo – e cansativo! – esforço de discernimento e de atenção a cada pessoa'”, enfatizou Francisco.
O Papa lembrou que, assim como os obstetras, os enfermeiros estão junto da pessoa nos momentos cruciais de sua existência – o nascimento e a morte, a doença e a cura –, para ajudá-la a superar as situações mais traumáticas.
“Sois imagem daquela Igreja ‘hospital de campanha’ que dá continuidade à missão de Jesus Cristo: Ele aproximou-Se e curou pessoas que sofriam de todo o gênero de males e ajoelhou-Se a lavar os pés dos seus discípulos. Obrigado por este vosso serviço à humanidade!”
Papel essencial desta profissão
Francisco lembrou que esta pandemia de coronavírus fez vir à luz, em vários países, as muitas carências em relação à assistência sanitária. Nesse sentido, fez um apelo aos responsáveis das nações para que invistam na saúde, reforçando as estruturas e empregando mais enfermeiros, para se garantir a todos um atendimento adequado, no respeito pela dignidade de cada pessoa.
“É importante reconhecer, com fatos, o papel essencial que desempenha esta profissão no cuidado dos pacientes, nas atividades territoriais de emergência, na prevenção das doenças, na promoção da saúde, na assistência aos setores familiar, comunitário e escolar”, destacou.
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O Papa apontou ainda que os enfermeiros, bem como os obstetras, merecem ser melhor valorizados e coenvolvidos nos processos que dizem respeito à saúde das pessoas e da comunidade.
“Está comprovado que investir neles melhora os resultados em termos de assistência e saúde geral. Portanto, é necessário elevar o seu perfil profissional, fornecendo instrumentos adequados para a sua formação a nível científico, humano, psicológico e espiritual, bem como melhorar as suas condições de trabalho e garantir os seus direitos, para que possam desempenhar com toda a dignidade o seu serviço”, afirmou.
Aos obstetras
Dirigindo-se de forma particular aos obstetras, o Papa lembrou da assistência que estes profissionais prestam às mulheres grávidas e como as ajudam no momento de dar à luz aos seus filhos, e afirmou:
“O vosso trabalho conta-se entre os mais nobres que há, consagrado como está diretamente ao serviço da vida e da maternidade. Na Bíblia, quase ao início do livro do Êxodo (cf. 1, 15-21), ficaram imortalizados os nomes de duas parteiras heroicas: Chifra e Pua. Também hoje vos olha com gratidão o Pai celeste”, disse.
Francisco concluiu a mensagem assegurando sua oração por todos estes profissionais de saúde e concedenco sua Bênção Apostólica.