Festa dos santos apóstolos

Papa destaca libertação de Pedro e Paulo: só uma Igreja liberta é credível

Na festa dos santos Pedro e Paulo, Papa destacou a libertação desses dois “gigantes da fé”, que assim libertaram a força do Evangelho no mundo

Da Redação, com Boletim da Santa Sé

papa na solenidade dos santos pedro e paulo

Papa presidiu Missa na Basílica de São Pedro na solenidade dos santos Pedro e Paulo / Foto: REUTERS/Remo Casilli

A Igreja celebra nesta terça-feira, 29, a solenidade dos Santos apóstolos Pedro e Paulo. No Vaticano, o Papa Francisco presidiu a Missa, destacando a história de libertação desses santos que são “duas colunas angulares da Igreja”.

No centro da história de Pedro e Paulo não está a própria destreza, mas o encontro com Cristo que lhes mudou a vida, pontuou o Papa. Ambos são livres porque foram libertados a partir desse encontro.

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.: Íntegra da homilia do Papa (em português)

Pedro foi libertado, em primeiro lugar, da sensação de ser inadequado e da amargura de ter falido. O apóstolo Paulo libertou-se de si mesmo e do zelo religioso que o havia tornado fanático na defesa das tradições recebidas e violento ao perseguir cristãos.

A libertação a partir do Evangelho

Dando ênfase à história de libertação dos dois santos, o Papa destacou que esses dois “gigantes da fé” puderam, assim, libertar a força do Evangelho no mundo. Cristo não os julgou nem humilhou, mas partilhou de perto a vida com eles, às vezes também os repreendendo para os levar à mudança.

Assim faz Jesus com cada pessoa também hoje, enfatizou Francisco. Cristo assegura sua proximidade e intercede por cada um junto ao Pai. Às vezes repreende com doçura quando o homem erra, para que possa se levantar e retomar o caminho. Também hoje, tocados pelo Senhor, os fiéis são libertados.

“E sempre temos necessidade de ser libertados, porque só uma Igreja liberta é uma Igreja credível. Como Pedro, somos chamados a ser libertos da sensação da derrota face à nossa pesca por vezes malsucedida; a ser libertos do medo que nos paralisa e torna medrosos, fechando-nos nas nossas seguranças e tirando-nos a coragem da profecia”.

Da mesma forma, coloca-se o exemplo de Paulo. “Como Paulo, somos chamados a ser libertos das hipocrisias da exterioridade; libertos da tentação de nos impormos com a força do mundo, e não com a debilidade que deixa espaço a Deus; libertos duma observância religiosa que nos torna rígidos e inflexíveis; libertos de vínculos ambíguos com o poder e do medo de ser incompreendidos e atacados”.

Ambos os santos oferecem a imagem de uma Igreja confiada às mãos dos homens, mas conduzida por Deus, destacou Francisco. Ele convidou os fiéis a pensarem na necessidade de libertação que têm hoje as cidades, as sociedades e o mundo. “Podemos ser colaboradores desta libertação, mas só se, primeiro, nos deixarmos libertar pela novidade de Jesus e caminharmos na liberdade do Espírito Santo”.

Entrega do Pálio

Na celebração de hoje, o Santo Padre abençoou os pálios para os arcebispos nomeados ao longo do ano. A imposição do pálio será feita a cada arcebispo pelo representante pontifício na respectiva arquidiocese.

Ao final de sua homilia, o Papa lembrou que este é um sinal de unidade com Pedro e recorda a missão do pastor que dá a vida pelo rebanho. “É dando a vida que o Pastor, liberto de si mesmo, se torna instrumento de libertação para os irmãos”.

O Pontífice também saudou a Delegação do Patriarcado Ecumênico de Constantinopla que, seguindo a tradição, visita Roma nesta solenidade. Também na festa de Santo André, padroeiro do patriarcado, uma delegação vaticana vai a Istambul, na Turquia, sede do Patriarcado.

“A vossa amável presença é um sinal precioso de unidade no caminho de libertação das distâncias que, escandalosamente, dividem os crentes em Cristo. Obrigado pela vossa presença.”

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