Francisco disse que o homem que confia somente em si e se esquece de Deus caminha rumo à infelicidade
Da Redação, com Rádio Vaticano
O homem que confia em si mesmo, nas próprias riquezas ou ideologias está destinado à infelicidade. Quem confia no Senhor, em vez disso, dá frutos mesmo em tempos de seca. Assim disse o Papa Francisco na Missa, desta quinta-feira, 20, na Casa Santa Marta.
As reflexões partiram da Primeira leitura do dia, que define como bendito o homem que confia em Deus. Francisco destacou que somente no Senhor a confiança é segura, outras confianças não servem, não trazem salvação nem alegria.
Às vezes, porém, lembrou o Santo Padre, o homem gosta de confiar em si mesmo ou nos amigos e nas ideologias, deixando Deus um pouco à parte. Mas o homem assim se fecha em si mesmo e fica sem horizontes, não pode se salvar. É o que acontece com o homem rico de que fala o Evangelho do dia: tinha tudo, mas não se dava conta de que, à sua porta, havia um pobre, coberto de feridas. Francisco observou que, ao passo que o pobre tinha um nome, Lázaro, o rico “não tem nome”.
“E esta é a maldição mais forte daquele que confia em si mesmo ou nas forças, nas possibilidades dos homens e não em Deus: perder o nome. (…) Todos nós temos esta fraqueza, esta fragilidade, de colocar as nossas esperanças em nós mesmos, nos amigos ou nas possibilidades humanas somente; e nos esquecermos do Senhor. Isso nos leva ao caminho da infelicidade”.
O Papa disse que, neste dia de Quaresma, fará bem a cada um perguntar-se onde coloca a sua confiança: em Deus ou nas coisas, nos ídolos. “Ainda tenho um nome ou comecei a perder o nome e me chamo ‘eu’? Eu, a mim, comigo, para mim, somente eu? Sempre aquele egoísmo. Isso não nos dará a salvação”.
Mas mesmo para quem “perdeu o nome” e confia em si mesmo, há uma porta de esperança, pois Deus é Pai e tem sempre uma resposta para dar ao homem, uma única palavra: “Filho!”
“Se algum de nós, na vida, de tanto ter confiança no homem e em nós mesmos, acabamos por perder o nome, perder a dignidade, ainda há uma possibilidade de dizer esta palavra que é forte: ‘Pai’. Ele sempre nos espera para abrir uma porta que nós não vemos e nos dirá: ‘Filho’. Peçamos ao Senhor a graça de que dê a todos nós a sabedoria de ter confiança somente n’Ele, não nas coisas nem nas forças humanas, somente n’Ele”.