Francisco afirmou neste sábado, 1o, que a celebração da Eucaristia é uma atitude que gera uma ‘cultura eucarística’ de comunhão, serviço e misericórdia
Da redação, com Vatican News
O Santo Padre recebeu, na manhã deste sábado, 10, na Sala do Consistório, no Vaticano, os participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para os Congressos Eucarísticos Internacionais, que acaba de se concluir em Roma.
Em seu discurso, o Papa agradeceu a presença dos participantes, mas, de modo especial, a Delegação da Comissão húngara, guiada pelo Cardeal Peter Erdö, arcebispo de Budapeste, a cidade onde se realizará o próximo Congresso Eucarístico Internacional, em 2020.
“Este evento será celebrado no cenário de uma grande cidade europeia, onde as comunidades cristãs aguardam uma nova evangelização, capaz de confrontar-se com a modernidade secularizada e com uma globalização, que arrisca cancelar as peculiaridades de uma história rica e multicultural”, comentou o Santo Padre.
Segundo o Papa, do Congresso Eucarístico Internacional nasce uma questão fundamental: “O que significa celebrar um Congresso Eucarístico em uma cidade moderna e multicultural, onde o Evangelho e as formas de pertença religiosa se tornaram marginais? E respondeu: Significa colaborar com a graça de Deus para difundir, mediante a oração e a ação, uma ‘cultura eucarística’, isto é, um modo de pensar e agir fundado no Sacramento, mas perceptível também além da pertença eclesial, em uma Europa acometida pela indiferença, divisões e fechamentos”.
Neste contexto, Francisco frisou que os cristãos renovam o gesto simples e forte de sua fé e reúnem-se, em nome do Senhor, e reconhecem-se irmãos. “E o milagre se repete: ao ouvir a Palavra e ao partir o Pão, até a menor e mais humilde assembleia de fiéis torna-se Corpo do Senhor e seu tabernáculo no mundo. A celebração da Eucaristia torna-se, assim, uma atitude que gera uma ‘cultura eucarística’”. Entre estas atitudes o Papa citou três aspectos: a comunhão, o serviço e a misericórdia.
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“A primeira destas atitudes é a comunhão. Na Última Ceia, Jesus escolheu, como sinal do seu dom, o pão e o cálice da fraternidade. De consequência, a celebração da memória do Senhor, na qual somos nutridos por seu Corpo e seu Sangue, requer e estabelece a comunhão com ele e a comunhão dos fiéis entre si. Logo, a comunhão com Cristo é o verdadeiro desafio da pastoral eucarística”, revelou o Pontífice.
A adoração Eucarística, ensina aos cristãos a não separar a Cabeça de Cristo do seu Corpo, isto é, a comunhão sacramental com Ele e com seus membros e o consequente compromisso missionário, afirmou o Papa. A segunda atitude é de serviço. “A comunidade eucarística, comunicando-se com o destino de Jesus Servo, torna-se ‘serva’… os cristãos servem a causa do Evangelho nos lugares da fraqueza e da cruz, para compartilhar e curar. Há muitas situações na Igreja e na sociedade, onde se pode derramar o bálsamo da misericórdia, com obras espirituais e corporais”, comentou.
De acordo com Francisco, o bálsamo da misericórdia pode ser derramado entre as famílias problemáticas, os jovens e adultos desempregados, os migrantes marcados por lutas e violências e outros tipos de pobreza. Entre a humanidade ferida, o Santo Padre destacou a celebração dos cristãos, que eleva o memorial da Cruz e tornam vivo e presente o Evangelho do Servo Jesus, que se entregou por amor. “Assim, os batizados semeiam uma ‘cultura eucarística’ como servos dos pobres, em nome do Evangelho, regra de vida dos indivíduos e das comunidades”, revelou.
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Por fim, o Papa apresentou a terceira atitude que gera uma ‘cultura eucarística’, ou seja, a misericórdia: “Toda Missa nutre uma vida eucarística, colocando em realce as palavras do Evangelho, que, muitas vezes, são esquecidas pelas nossas cidades. Pensemos na palavra misericórdia. Todos reclamam pelo mar de misérias que invade a nossa sociedade: medo, opressão, arrogância, maldade, ódio, fechamento, indiferença ao ambiente. No entanto, os cristãos experimentam na Eucaristia o oceano de misericórdia, que inunda o mundo”.
O Pontífice apontou a Eucaristia como fonte do oceano de misericórdia, que entra nas veias do mundo e contribui para a construção da imagem e da estrutura Povo de Deus na época da modernidade.
O Santo Padre concluiu seu discurso aos participantes da Assembleia Plenária da Pontifícia Comissão para os Congressos Eucarísticos Internacionais, recordando que o próximo Congresso Eucarístico Internacional, que se realizará em Budapeste, em 2020, terá o objetivo de indicar um percurso de novidade e conversão, tendo a sagrada Eucaristia como centro da vida eclesial e como fonte uma ‘cultura eucarística’, capaz de inspirar nos fiéis a solidariedade, a paz, a vida familiar e o cuidado com a criação.