Catequese

Papa: caminhar segundo o Espírito é deixar-se guiar por Ele

“Caminhar segundo o Espírito” este foi o tema da Catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 3

Da redação, com Vatican News

“Caminhar segundo o Espírito” este foi o tema da Catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 3/Foto: Remo Casilli/ Reuters

O Papa Francisco deu continuidade ao ciclo de catequeses sobre a Carta de São Paulo aos Gálatas, na Audiência Geral, desta quarta-feira, 3. O tema da reflexão de hoje foi: “Caminhar segundo o Espírito”.

Segundo Francisco, crer em Jesus significa segui-lo, ir atrás d’Ele no seu caminho, como fizeram os primeiros discípulos. Ao mesmo tempo, o Pontífice revela que significa evitar o caminho oposto, o do egoísmo, da busca do próprio interesse, que o Apóstolo Paulo chama de “desejo da carne”.

O Espírito é o guia deste caminho na estrada de Cristo, indica o Santo Padre. O caminho, de acordo com o Papa, é maravilhoso, mas também cansativo. Começa no Batismo e dura a vida inteira.

Deixar-se guiar pelo Espírito Santo

“Caminhar segundo o Espírito”, exorta São Paulo, significa “deixar-se guiar” por Ele, ressalta Francisco. “É como dizer: coloquemo-nos na mesma linha e deixemo-nos guiar pelo Espírito Santo.”

O Papa afirma que essas expressões indicam uma ação, um movimento, um dinamismo que impede que homens e mulheres parem nas primeiras dificuldades. Ele os provoca a confiar na “força que vem do alto”.

“Percorrendo este caminho, o cristão adquire uma visão positiva da vida. Isso não significa que o mal presente no mundo tenha desaparecido, ou que os impulsos negativos do egoísmo e do orgulho tenham sumido; ao contrário, significa acreditar que Deus é sempre mais forte do que as nossas resistências e maior do que os nossos pecados”.

Deixar-se guiar pelo Espírito

Segundo o Pontífice, Paulo sente esta exortação necessária também para si. Mesmo sabendo que Cristo vive nele, está convencido de não ter ainda alcançado a meta, o ápice da montanha.

O Santo Padre frisa que o Apóstolo dos Gentios não se coloca acima de sua comunidade, não diz: “Eu sou o chefe e vocês são os outros”. Ele caminha com todos, dando exemplo concreto da necessidade de obedecer a Deus, correspondendo cada vez mais e melhor à guia do Espírito.

“Como é bonito encontrar pastores que caminham com o seu povo, que não se distanciam”, acrescenta o Papa. Pastores que não dizem: “Eu sou mais importante, eu sou um pastor. Eu sou um padre”, “Eu sou um bispo”, com o nariz empinado, mas pastores que caminham com o povo. Isso é muito bonito e faz bem à alma”, ressalta.

Assumir as dificuldades uns dos outros

Para o Pontífice, “caminhar segundo o Espírito” não é apenas uma ação individual: diz respeito também à comunidade como um todo. Construir a comunidade seguindo o caminho indicado pelo Apóstolo é emocionante, mas desafiador, sublinha.

“Os ‘desejos da carne’, as tentações que todos nós temos, ou seja, inveja, preconceito, hipocrisia e ressentimento continuam presentes, e recorrer a preceitos rígidos pode ser uma tentação fácil, mas ao fazê-lo se sai do caminho da liberdade e, em vez de subir ao cume, volta-se para baixo. Percorrer o caminho do Espírito exige, em primeiro lugar, dar espaço à graça e à caridade. Dar espaço à graça de Deus sem medo”, comenta.

Francisco afirma que Paulo, depois de fazer ouvir a sua voz de maneira severa, convida os Gálatas a assumirem as dificuldades uns dos outros e, se alguém cometer um erro, usar a mansidão. Uma atitude caracterizada pelo Santo Padre como bem diferente da fofoca para esfolar o próximo.

“Não, isso não é de acordo com o Espírito. Segundo o Espírito, é ter doçura com o irmão em corrigi-lo e cuidar de si mesmo para não cair nesses pecados, ou seja, ter humildade. Como é fácil criticar os outros! Há pessoas que parecem ter se formado em fofoca. Todos os dias, criticam os outros. Olhe para você”, disse.

A regra suprema da correção fraterna é o amor

O Santo Padre frisa que é bom homens e mulheres se questionarem sobre o que os leva a corrigir um irmão ou uma irmã, e se não são, de alguma forma, corresponsáveis​​ pelo seu erro.

“O Espírito Santo, além de nos dar o dom da mansidão, convida-nos à solidariedade, a carregar os fardos dos outros. Quantos fardos estão presentes na vida de uma pessoa: doença, falta de trabalho, solidão, dor…! Quantas outras provações exigem a proximidade e o amor dos irmãos”, destaca.

O Papa revela que a regra suprema da correção fraterna é o amor, desejar o bem dos irmãos e irmãs, tolerar os problemas dos outros, os defeitos dos outros em silêncio na oração a fim de encontrar o caminho certo para ajudá-los a se corrigir.

“Isso não é fácil. A maneira mais fácil é fofocar, tirar a pele do outro como se eu fosse perfeito. Isso não deve ser feito. Mansidão, paciência, oração e proximidade”, conclui.

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