Francisco recebeu participantes do Capítulo geral dos Irmãos da Instrução Cristã de Ploërmel que têm como carisma a evangelização das crianças e dos jovens por meio da educação
Da redação, com Vatican News
“A guerra faz isso: faz com que as crianças percam seus sorrisos. Trabalhem para que elas recuperem a capacidade de sorrir”: foi o que disse o Papa Francisco recebendo na manhã desta segunda-feira, 22, os participantes do Capítulo geral dos Irmãos da Instrução Cristã de Ploërmel que tem como carisma a evangelização das crianças e dos jovens por meio da educação.
“Este Capítulo vem na esteira das celebrações do bicentenário do Instituto e lhe oferece a oportunidade de retornar às ideias fundamentais que guiaram o Venerável Jean-Marie de La Mennais e o Padre Gabriel Dashayes. Hoje, seu trabalho está presente em vários países do mundo, porque eles acreditavam que tudo é possível para aqueles que se entregam totalmente ao Senhor e se colocam a serviço do desenvolvimento humano integral de cada pessoa. Nunca devemos nos esquecer de onde viemos e sempre ter em mente as motivações de nossas ações”, recordou o Sucessor de Pedro.
O combate à pobreza
Francisco destacou então o trabalho dos irmãos em regiões do mundo onde há pobreza, desemprego entre os jovens e crises sociais de todos os tipos. O Papa exortou-os a serem pais daqueles a quem são enviados, pais que reflitam a face amorosa e compassiva de Deus.
“Em um mundo em constante mudança, vocês se colocam generosamente a serviço dos jovens, atentos às suas aspirações e, ao mesmo tempo, sempre voltados para Cristo, a regra suprema de suas vidas. Sua vocação os impele a ir aonde outros não vão, à periferia, às pessoas que formam a categoria dos rejeitados, dos feridos pela vida e das vítimas. Que sua presença seja uma fonte de esperança para muitos”.
Espírito fraterno
O Santo Padre sublinhou em seguida que em seu espírito de fraternidade e acolhimento, que eles reconheçam outra face da humanidade desfigurada pelas guerras, pela indiferença e pelo descarte dos mais fracos. Essas crianças, esses jovens, essas pessoas também têm sonhos, mas hoje, por tantas razões, são sonhos despedaçados. Que o senhor os ajude a reviver seus sonhos, a acreditar neles e a realizá-los! Francisco, então, destacou:
“As crianças brincam, mesmo sob bombas, em países em guerra. Quando vemos fotos desses países, há crianças brincando; mas uma coisa me chama a atenção: quando as crianças da Ucrânia vêm aqui a Roma, que se mudaram para cá e vivem aqui, essas crianças não sorriem: perderam o sorriso. A guerra faz isso: faz com que as crianças percam seus sorrisos. Trabalhem para que elas recuperem a capacidade de sorrir”.
O Santo Padre afirmou em seguida que a Igreja é uma família e todos nós, na variedade de carismas e vocações, cooperamos para a salvação da humanidade. Nesse maravilhoso mistério de comunhão, posso contar com sua confiança filial e seu apego ao ministério do Sucessor de Pedro. “Encorajo-os a trabalhar em estreita colaboração com as dioceses onde estão em missão e com o fiel Povo de Deus; a afastar de suas vidas qualquer espírito de orgulho, fechamento, divisão e fofoca.
Mais uma vez chamou a atenção sobre a fofoca:
“A fofoca faz muito mal às comunidades religiosas. Um bom propósito para um religioso seria morder a língua toda vez que sentir vontade de fofocar sobre o outro. Esse seria um bom propósito, não é mesmo? De fato, “ser Igreja significa ser o Povo de Deus, de acordo com o grande plano de amor do Pai. Isso implica ser o fermento de Deus no meio da humanidade”.
No final do Capítulo, os membros renovarão a consagração do Instituto ao Imaculado Coração de Maria. “Que sua pedagogia seja sempre inspirada naquela que, com seu ‘sim’ total, consentiu que o plano salvífico de Deus para a humanidade fosse realizado em sua pessoa. Que ela os ajude a cultivar o zelo de se colocar a serviço, a cultivar a humildade, a confiança em Deus e a alegria de ser servo de sua ternura e misericórdia. Por favor, não percam a alegria”, finalizou.