Homilia

Papa aos fiéis: “Imitar Deus, caminhar diante dos olhos do Pai”

Durante a missa desta segunda-feira, 17, Francisco falou sobre a misericórdia de Deus e aconselhou os fiéis à vivência plena do tempo quaresmal

Da redação, com Vatican News

Papa Francisco durante homilia desta segunda-feira, 18/ Foto: Vatican Media

Na missa celebrada na Casa Santa Marta nesta segunda-feira, 18, o Papa Francisco exortou os cristãos a não julgarem ou condenarem os outros. Partindo do Evangelho do dia, extraído do trecho de São Lucas (Lc 6,36-38), o Pontífice reforçou a necessidade de perdão para que a misericórdia de Deus seja imitada. Segundo Francisco, a misericórdia de Deus é capaz de perdoar até as ações mais graves. “Imitar Deus, caminhar diante dos olhos do Pai”, pediu.

“A misericórdia de Deus é algo tão grande, tão grande. Não nos esqueçamos disto. Quantas pessoas [dizem]: ‘Eu fiz coisas tão graves. Eu comprei meu lugar no inferno, não poderei voltar atrás’. Mas pense na misericórdia de Deus, não?”, indagou o Santo Padre.

O Papa deu continuidade recordando a história de uma pobre viúva que foi se confessar com o cura d’Ars, depois do marido ter se suicidado: “[A viúva] chorava. Disse: ‘Mas eu sou uma pecadora, coitada. Mas coitado do meu marido! Está no inferno! Ele se suicidou e o suicídio é um pecado mortal. Está no inferno’. E o cura d’Ars disse: ‘Mas espere senhora, porque da ponte até o rio existe a misericórdia de Deus’. Mas até o fim, até o fim, há a misericórdia de Deus”.

Para colocar-se no sulco da misericórdia, Francisco afirma que Jesus indica conselhos práticos, sendo um deles o de não julgar. De acordo com o Santo Padre, o julgamento é um péssimo costume do qual é preciso abstenção, sobretudo neste tempo de Quaresma.

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“É um hábito que se infiltra na nossa vida sem que percebamos. Sempre! Até mesmo para começar uma conversa, não? ‘Mas você viu aquela pessoa o que fez?’. O julgamento sobre o outro. Pensemos quantas vezes por dia nós julgamos. Mas por favor! Parecemos todos juízes, não! Todos. Mas sempre para começar uma conversa, um comentário a respeito do outro, julgam: ‘Mas olha, fez uma plástica! Está pior do que antes’. O julgamento”, frisou o Papa.

O Pontífice sublinhou a necessidade da busca pelo perdão, ainda que seja difícil, e revelou que as ações individuais dão a medida a Deus de como também agir com a humanidade. Francisco convidou os fiéis a aprenderem a sabedoria da generosidade, e a caracterizou como via mestra para a renúncia de fofocas, julgamentos e da dificuldade do perdão.

Por fim, o Santo Padre incentivou os fiéis: “O Senhor nos ensina: ‘Dai’. ‘Dai e vos será dado’: sejam generosos em doar. Não tenham os bolsos fechados; sejam generosos em doar aos pobres, àqueles que precisam e dar também tantas coisas: dar conselhos, dar sorrisos às pessoas, sorrir. Sempre dar, dar. ‘Dai’. ‘Dai e vos será dado’: sejam generosos em doar. Não tenham os bolsos fechados; sejam generosos em doar aos pobres, àqueles que precisam e dar também tantas coisas: dar conselhos, dar sorrisos às pessoas, sorrir. Sempre dar, dar”.

“Dai e vos será dado. E vos será dado numa boa medida, calcada, sacudida, transbordante, porque o Senhor será generoso: nós somos um e Ele nos dará cem de tudo aquilo que nós damos. E esta é a atitude que blinda o não julgamento, o não condenar e o perdoar. A importância da esmola, mas não só a esmola material, mas também a esmola espiritual; dedicar tempo a quem precisa, visitar um doente, sorrir”, concluiu o Pontífice.

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