Nesta quinta-feira, 12, Francisco recebeu bispos recém-nomeados e ofereceu conselhos para manterem a proximidade a Deus e ao povo
Da redação, com Vatican News
O Papa Francisco concluiu sua série de audiências desta quinta-feira, 12, recebendo, no Vaticano, os bispos de recente nomeação que participaram do curso promovido pelas Congregações para os Bispos e para as Igrejas Orientais. O Pontífice dedicou o seu discurso a uma atitude que é essencial para os Bispos: proximidade a Deus e proximidade ao seu povo.
A proximidade a Deus é a fonte do ministério do bispo, explicou o Papa. Segundo o Pontífice, Deus se fez próximo mais do que se poderia imaginar, encarnando-se em Cristo. “A razão da nossa existência é tornar palpável esta proximidade”, destacou.
Para Francisco, o bispo, sem poupar tempo, precisa estar diante de Jesus e levar até Ele as pessoas e as situações. Em outras palavras, o bispo deve cultivar esta intimidade com Cristo diariamente na oração. “Somente estando com Jesus somos preservados da presunção pelagiana de que o bem deriva da nossa capacidade”, explicou.
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Ao estar próximo de Deus, cresce a consciência de que a identidade do bispo é fazer-se próximo, comentou o Santo Padre. “Não é uma obrigação externa, mas uma exigência interna à lógica do dom”, complementou. A proximidade ao povo não é uma estratégia oportunista, advertiu o Papa, mas a condição essencial do ministro ordenado.
“Mesmo na nossa pobreza, cabe a nós fazer com que ninguém sinta Deus como distante, que ninguém use Deus como pretexto para levantar muros, abater pontes e semear ódio”, sublinhou. A proximidade do bispo, prosseguiu Francisco, não é retórica, não é feita de anúncios autorreferenciais, mas de disponibilidade real. É preciso deixar-se surpreender e aprender verbos concretos, como ver, cuidar e curar. É colocar-se em jogo e sujar as mãos. “Por favor, não deixem que prevaleçam os temores pelos riscos do ministério, retraindo-se e mantendo as distâncias”, exortou o Pontífice.
O termômetro da proximidade é a atenção aos últimos, aos pobres, que é já um anúncio do Reino, assim como o é a sobriedade, apontou Francisco. “Levar uma vida simples é testemunhar que Jesus nos basta”, sublinhou. Para o Santo Padre, são necessários bispos capazes de sentir o palpitar de suas comunidades e de seus sacerdotes, que não se contentem de presenças formais, mas que sejam “apóstolos da escuta”. “Por favor, não se circundem de bajuladores”, pediu Francisco.
De modo especial, o Pontífice encorajou as visitas pastorais regulares e uma proximidade especial aos sacerdotes. “Também eles estão expostos às intempéries de um mundo que, mesmo cansado das trevas, não poupa hostilidade à luz. Eles precisam ser amados, seguidos e encorajados”, concluiu.