Viagem a Mianmar

Papa aos bispos de Mianmar: cura, acompanhamento e profecia

Em seu discurso aos bispos, Papa sintetizou seus pensamentos em três palavras: cura, acompanhamento e profecia

Da redação, com Rádio Vaticano

Último compromisso oficial do Papa nesta quarta-feira, 29, foi encontro com os bispo de Mianmar / Foto: Twitter padre Antonio Spadaro

O último compromisso oficial do Papa Francisco nesta quarta-feira, 29, foi com os 22 bispos de Mianmar na Catedral de Saint Mary, que faz parte do complexo do arcebispado, onde o Pontífice está hospedado. O encontro ocorreu às 17h15 (hora local de Yangun – 8h45 em Brasília).

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Francisco fez um discurso em italiano e os bispos receberam um livreto com a tradução em inglês. Depois de agradecer a todos e especialmente ao presidente da Conferência Episcopal, Dom Félix Lian Khen Thang, pela recepção calorosa, o Papa sintetizou seus pensamentos em três palavras: cura, acompanhamento e profecia.

Cura

Sobre a primeira, cura, Francisco disse que o Evangelho é sobretudo uma mensagem de cura, reconciliação e paz e em Mianmar, esta mensagem tem uma ressonância especial, pois o país está empenhado em superar divisões profundamente radicadas e construir a unidade nacional.

“A comunidade católica do país, acrescentou, pode-se orgulhar do seu testemunho profético de amor a Deus e ao próximo, que se traduz no compromisso a favor dos pobres, daqueles que estão privados de direitos e sobretudo, nestes tempos, a favor dos inúmeros desalojados que, por assim dizer, jazem feridos na beira da estrada, sem olhar a religião nem etnia”.  

Acompanhamento

A segunda palavra é acompanhamento: “Como bispos, suas vidas e seu ministério são chamados a conformar-se ao espírito de envolvimento missionário, sobretudo através de visitas pastorais regulares às paróquias e comunidades que formam as suas Igrejas locais”, pediu Francisco, lembrando também “a essencial a contribuição dos catequistas em permear o laicado com o espírito missionário e procurar uma sábia inculturação da mensagem evangélica na vida diária e nas tradições das comunidades”. Alertou ainda para “o risco das colonizações culturais e ideológicas”.  

O Papa pediu ainda um envolvimento especial no acompanhamento dos jovens e a este respeito, recordou que o próximo Sínodo dos Bispos os interpelará diretamente.

Profecia

A terceira palavra do Papa aos bispos birmaneses é profecia: “Que a comunidade católica continue a ter um papel construtivo na vida da sociedade, fazendo ouvir a sua voz nas questões de interesse nacional, principalmente insistindo no respeito pela dignidade e os direitos de todos, particularmente dos mais pobres e vulneráveis”, afirmou.

Mencionando explicitamente a sua Encíclica Laudato si’, o Papa destacou a necessidade de proteger o meio ambiente e assegurar uma correta utilização dos ricos recursos naturais do país a bem das gerações futuras. A custódia do dom divino da criação não pode ser separada de uma saudável ecologia humana e social. “O cuidado autêntico da nossa própria vida e das nossas relações com a natureza é inseparável da fraternidade, da justiça e da fidelidade aos outros”.

Terminando, Francisco exortou o episcopado a manter o equilíbrio tanto na saúde física como na espiritual e a crescer todos os dias na oração e na experiência do amor reconciliador de Deus: “O primeiro dever do bispo é a oração”, afirmou.

O final do segundo dia

Antes de se dirigir à sede do arcebispado, o Papa abençoou a pedra fundamental de 16 igrejas, do Seminário Maior e da Nunciatura Apostólica e ainda posou para fotos com os 300 seminaristas do país.

Na capela do arcebispado, o Papa se reuniu, em encontro fechado, com os 30 membros da Companhia de Jesus que trabalham no país.

Francisco com os jesuítas de Mianmar / Foto: Twitter padre Antonio Spadaro

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