Catequese

Papa: anunciar Cristo com delicadeza, construindo pontes, sem agressão

Chegada do apóstolo Paulo à Grécia e seu discurso em Atenas inspirou a catequese do Papa Francisco desta quarta-feira, 6

Da redação, com Vatican News

Papa durante Catequese desta quarta-feira, 6/ Foto: Vatican Media

Nesta quarta-feira, 6, o Papa Francisco se reuniu com milhares de fiéis e peregrinos na Praça São Pedro, no Vaticano, para a Audiência Geral. Em sua catequese, o Pontífice deu prosseguimento às reflexões sobre o livro dos Atos dos Apóstolos, comentando o capítulo 17: “Esse, pois, que vós honrais, não o conhecendo, é o que eu vos anuncio”.

O trecho narra a chegada de Paulo ao coração da Grécia: Atenas. Ali, o apóstolo tem um impacto com o paganismo, mas ao invés de fugir, busca uma ponte para dialogar com aquela cultura, reunindo-se com as pessoas mais significativas. “Paulo não olha a cidade de Atenas e o mundo pagão com hostilidade, mas com os olhos da fé”, explicou Francisco.

Na íntegra
.: Catequese do Papa Francisco

Segundo o Papa, a atitude de Paulo leva homens e mulheres a se interrogarem sobre o modo como olham as cidades: “Nós as observamos com indiferença? Com desprezo? Ou com a fé que reconhece os filhos de Deus em meio às multidões anônimas?”, questionou.

Paulo escolheu o olhar que o leva a abrir uma brecha entre o Evangelho e o mundo pagã, afirmou Francisco. No coração de uma das instituições mais célebres do mundo antigo, o Areópago, o apóstolo realiza um extraordinário exemplo de inculturação da mensagem da fé: anuncia Jesus Cristo aos adoradores de ídolos, e não o faz agredindo, mas fazendo ponte, “pontífice”, comentou o Santo Padre.

Papa Francisco cumprimentou os fiéis reunidos na Praça São Pedro nesta quarta-feira, 6/ Foto: Vatican Media

Em seu discurso, o Papa observa que o apóstolo se inspira no altar da cidade, dedicado a um “deus desconhecido”, para então anunciar Aquele que os homens ignoram, e todavia conhecem-No. O Ignorado-Conhecido, disse o Pontífice, citando uma expressão de Bento XVI, convida todos a irem além dos templos da ignorância e a optarem pela conversão em vista do juízo iminente. Francisco completou: “Paulo chega assim ao kerygma e faz alusão a Cristo, sem citá-lo”.

Neste ponto, a pregação do Apóstolo encontra um desafio, explicou o Santo Padre: a morte e a ressurreição de Cristo é interpretada como tolice e suscita zombaria e escárnio. De acordo com o Papa, Paulo se afasta e a sua tentativa está prestes a falir quando alguns aderem à sua palavra e se abrem à fé.

“Peçamos também nós hoje ao Espírito Santo, que nos ensine a construir pontes com a cultura, com quem não crê ou com quem tem um credo diferente do nosso. Sempre construir pontes, com a mão estendida, nada de agressão. Peçamos a capacidade de inculturar com delicadeza a mensagem da fé, depositando sobre quem não conhece Cristo um olhar contemplativo, movido por um amor que aquece os corações mais endurecidos”, concluiu Francisco.

/ Foto: Vatican Media

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