Santo Padre presidiu abertura do Congresso diocesano de Roma, dedicado à família
Da Redação, com Rádio Vaticano
“Uma cultura sem raízes, uma família sem raízes é uma família sem história, sem memória”. Foi o que disse o Papa Francisco na abertura do Congresso diocesano de Roma, na Basílica de São João de Latrão, na noite de segunda-feira, 19. Francisco também convidou a estar ao lado dos adolescentes, recordando que esta fase da vida é ‘difícil’, mas não é uma ‘patologia’.
O Congresso diocesano deste ano tem como tema “Acompanhar os pais na educação dos filhos adolescentes”. Dirigindo-se às famílias, o Papa disse: “Vocês vivem as tensões desta grande cidade: o trabalho, as distâncias, o tempo reduzido, o dinheiro que nunca é suficiente. Por isso, para simplificar, rezem em dialeto, pensando nas suas famílias e em como formar seus filhos no âmbito desta realidade”.
O Santo Padre observou que muitas vezes é oferecido aos filhos uma formação excessiva em campos que são considerados importantes para o futuro, com a pretensão de que eles se doem ao máximo, mas se dá tanta importância ao fato que devem conhecer sua terra, suas raízes.
Adolescência, fase de crescimento para os jovens
Para o Papa, a adolescência é um tempo precioso na vida dos filhos; um tempo difícil, de mudanças e instabilidade, uma fase que traz riscos e dúvidas, mas crescimento para eles e para toda a família.
Francisco disse também que lhe preocupa a tendência atual dos pais de ‘medicar’ precocemente os jovens. “Parece que tudo se resolve medicando ou controlando tudo com o slogan ‘desfrutar o tempo ao máximo’ e assim, a agenda dos jovens fica pior do que a de um executivo”. Portanto, “a adolescência não é uma patologia que precisamos combater; faz parte do crescimento natural”.
“Eles querem se sentir – logicamente – protagonistas”, “procuram muitas vezes sentir aquela ‘vertigem’ que os faça sentir vivos”. “Assim, temos que encorajá-los a transformar seus sonhos em projetos! Proponhamos grandes objetivos e ajudemo-los a realizá-los!”.
Atenção à juventude eterna e ao consumismo
O Santo Padre atentou ainda para o paradigma e modelo de sucesso que é a “eterna juventude’: ao que parece, crescer e envelhecer é ‘um mal’, é sinônimo de frustração e de uma vida acabada. Tudo deve ser mascarado e dissimulado. “Como é triste que as pessoas façam ‘lifting’ no coração! É doloroso que se queira cancelar as rugas dos encontros, das alegrias e tristezas!”.
O outro perigo é o consumismo
“Educar à austeridade é uma riqueza incomparável. Desperta a criatividade, gera possibilidades e especialmente, abre ao trabalho em grupo, à solidariedade; abre aos outros”.
Enfim, o Papa agradeceu o Cardeal Agostino Vallini, que deixa seu cargo de Vigário-geral de Roma a Dom Angelo De Donatis. “Nestes anos o Cardeal Vallini me manteve com os pés no chão”, disse Francisco.