CONSTRUINDO PONTES

Papa a estudantes da Ásia: “Devemos ter sempre esperança”

Francisco participou de forma remota da iniciativa “Construindo Pontes na Ásia-Pacífico”, na quinta-feira, 20, junto com estudantes universitários 

Da Redação, com Vatican News 

Foto: Reprodução no YouTube

o Papa Francisco conversou por videoconferência com os estudantes universitários que participam da iniciativa “Construindo Pontes na Ásia-Pacífico” na tarde desta quinta-feira, 20. Trata-se de uma série de eventos organizados pelos alunos, pela Universidade Loyola de Chicago e pela Pontifícia Comissão para a América Latina, inspirados no apelo do Pontífice à sinodalidade.

Durante o encontro, os estudantes foram apresentados a Francisco e fizeram perguntas, às quais ele respondeu com conselhos, preocupações e sugestões. Ele falou ao primeiro grupo de jovens sobre o sentimento de “pertença” à sociedade e como isso aumenta nossa segurança em nós mesmos e em nossa dignidade humana.

Todos esses fatores, observou, “nos salvam da vulnerabilidade, porque os jovens de hoje são muito vulneráveis. Devemos sempre defender esse sentido de pertença para evitar a vulnerabilidade”. O Pontífice também aconselhou os estudantes a identificar onde são mais vulneráveis e pedir ajuda.

Além disso, ele também falou sobre saúde mental, discriminação, estigmatização e identidade, convidando a testemunhar e a seguir em frente. O Santo Padre aconselhou os jovens a se concentrarem em sua própria identidade, incentivando-os a sempre colaborarem entre si e permanecerem unidos, e denunciou todos os estigmas que diminuem a dignidade das pessoas.

Neste contexto, lamentou o fato de as mulheres serem, por vezes, consideradas cidadãs de segunda classe, o que, lembrou ele, não é verdade. Elogiando as qualidades e competências específicas das mulheres, Francisco ressaltou que “a grandeza das mulheres não deve ser esquecida. As mulheres são melhores que os homens em termos de intuição e capacidade de construir comunidades”.

Permanecer firme na fé

O Santo Padre também transmitiu uma mensagem de encorajamento aos jovens: “Permaneçam sempre fiéis às suas convicções (…) e mesmo que vocês sejam tentados a viver uma fé morna porque os outros os atormentam, permaneçam fiéis à sua identidade e permaneçam fortes como os mártires cristãos que foram perseguidos”.

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Por esta razão, Francisco sublinhou a importância de serem educados na fé, cristãos autênticos e verdadeiros. “O fato é este: os cristãos foram perseguidos desde o início”, acrescentou, destacando que este fenômeno não é, portanto, novo. “Embora possa ser tentador ter um cristianismo diluído e morno”, disse novamente, “não podemos ceder a isso. Devemos ser sólidos e viver uma espécie de martírio neste sentido”.

Não à exclusão e à estigmatização 

Ele então convidou os estudantes a demonstrarem proximidade e amor uns pelos outros e a nunca excluírem ninguém. Recordando as palavras de um estudante que falou sobre gênero e, ao mesmo tempo, mencionou a elevada taxa de HIV nas Filipinas, o Papa disse: “Devemos garantir que a assistência à saúde esteja preparada para tratar e ajudar todas as pessoas, sem exclusões”.

O Pontífice falou também de uma educação eficaz que, na sua opinião, exige “educar” e “coordenar” os nossos “corações, as nossas mentes e as nossas mãos”, sublinhando que essa dinâmica nunca deve ser esquecida. 

Sobre a iniciativa

O primeiro encontro da iniciativa foi realizado em fevereiro de 2022, intitulado “Construindo Pontes Norte-Sul”. O segundo, “Construindo Pontes na África”, realizou-se em novembro do mesmo ano e envolveu estudantes de toda a África Subsaariana. A terceira edição, em setembro de 2023, também reuniu jovens asiáticos.

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