PALAVRAS DO SANTO PADRE
Encontro com os Patriarcas das Igrejas Católicas Orientais e Arcebispos Maiores
Sala do Consistório – Palácio Apostólico Vaticano
Quinta-feira, 21 de novembro de 2013
Boletim da Santa Sé
Tradução: Jéssica Marçal
Beatitudes,
Acolho-vos com alegria e espírito de fraternidade neste encontro, em que pela primeira vez tenho a oportunidade de falar com os Padres e Chefes das Igrejas Orientais católicas. Através das vossas faces, vejo as vossas Igrejas e gostaria, antes de tudo, de assegurar a minha proximidade e a minha oração pelo rebanho que o Senhor Jesus confiou a cada um de vocês, e invoco o Espírito Santo, a fim de que nos sugira quanto devemos juntos aprender e colocar em prática para servir com fidelidade ao Senhor, à sua Igreja e a toda a humanidade.
O nosso reunir-se me oferece a ocasião de renovar a grande estima pelo patrimônio espiritual do Oriente cristão, e chamo a atenção para quanto o amado Bento XVI afirma sobre a figura do Chefe de uma Igreja na Exortação pós-sinodal Ecclesia in Medio Oriente: vocês são – cito – “os guardiães vigilantes da comunhão e os servos da unidade eclesial” (n. 40). Tal unidade, que vocês são chamados a realizar nas vossas Igrejas, respondendo ao dom do Espírito, encontra natural e plena expressão na “união inabalável com o Bispo de Roma” (ibid), enraizada na ecclesiastica communio, que vocês receberam na vossa eleição. Estar inserido na comunhão de todo o Corpo de Cristo nos torna conscientes do dever de reforçar a união e a solidariedade em sinal aos vários Sínodos patriarcais, “privilegiando sempre a consulta em questões de grande importância para a Igreja em vista de uma ação colegiada e unitária” (ibid).
Para que o nosso testemunho seja credível, somos chamados a procurar sempre “a justiça, a piedade, a fé, a caridade, a paciência e a brandura” (ibid.; cfr 1 Tm 6, 11); em um estilo de vida sóbrio à imagem de Cristo, que se despojou para enriquecer-nos com a sua pobreza (cfr 2 Cor 8, 9); ao zelo incansável e àquela caridade, fraterna e paterna ao mesmo tempo, que os bispos, os presbíteros e os fiéis, especialmente se vivem sozinhos e marginalizados, esperam de nós. Penso, sobretudo, nos nossos sacerdotes necessitados de compreensão e apoio, também em nível pessoal. Esses têm direito de receber o nosso bom exemplo nas coisas que dizem respeito a Deus, como em toda outra atividade eclesial. Pedem-nos transparência na gestão dos bens e solicitude para com toda fraqueza e necessidade. O todo, na mais convicta aplicação daquela autêntica prática sinodal, que é distintiva das Igrejas do Oriente.
Com a ajuda de Deus e da sua Santíssima Mãe, sabemos poder responder a este chamado. Peço-vos para rezarem por mim. E agora com prazer coloco-me à escuta do que vocês querem me comunicar e exprimo desde agora o meu reconhecimento.