Francisco encontrou-se nesta quinta-feira, 31, com membros da Fundação Dom Carlo Gnocchi, criada para ajudar órfãos e mutilados
Da redação, com Vatican News
Na manhã desta quinta-feira, 31, o Papa Francisco recebeu os membros, pacientes, assistidos e familiares da Fundação Dom Carlo Gnocchi que há 70 anos dedica-se aos mais frágeis. A organização especializada em doenças neurodegenerativas oferece aos pacientes e seus familiares modernos tratamentos com 3.700 leitos, 6.000 funcionários e voluntários em mais de 50 estruturas.
Falando sobre o beato e fundador da instituição, Francisco recordou que foi um sacerdote, educador e capelão militar, que conheceu as crueldades da Segunda Guerra. Durante a retirada, o beato dedicou-se com incansável fervor aos feridos e moribundos, foi então que amadureceu a ideia de criar uma obra de caridade em favor dos órfãos e dos pequenos mutilados de guerra. “Ao voltar à Itália deu vida a esse maravilhoso projeto, que não foi apenas um empreendimento social, mas uma obra movida pela caridade de Cristo”, destacou.
O Santo Padre afirmou que a presença de tantas pessoas é a prova que a herança de Dom Carlo Gnocchi foi adiante, multiplicou-se com o mesmo zelo e dedicação. “Hoje vocês estão aqui, junto com os pacientes, os assistidos e familiares, para confirmar o seu compromisso de proximidade aos sofrimentos das pessoas mais frágeis com o estilo do bom samaritano e do seu beato fundador. (…) Aos que buscam ajuda à sua estrutura ofereçam os remédios da alma, ou seja, da consolação e da ternura de Deus”, exortou o Pontífice.
Sobre o pensamento do beato, o Papa frisou: “Os tempos mudaram com relação às origens, mas é necessário ir adiante com o mesmo espírito, atitude e o estilo que o beato Carlo Gnocchi descrevia: cristãos ativos, otimistas, serenos, concretos e profundamente humanos, que olham para o mundo não mais como um inimigo a derrotar ou escapar, mas como a um filho pródigo a conquistar e redimir com o amor”.
Em seguida, Francisco recordou que o sentido e o valor da profissão dos que trabalham na fundação deve se manifestar com a capacidade de conjugar competência e compaixão, sendo a competência a qualidade que torna acreditável o testemunho dos fiéis leigos em diversos ambientes da sociedade. A compaixão, continuou o Papa, ‘trata-se de sofrer com’, compadecer como Jesus que por amor do homem fez-se Ele mesmo homem para poder compartilhar até o fim, de modo real, em carne e sangue, como é mostrado na Paixão.
“Uma sociedade que não é capaz de acolher, tutelar e dar esperança aos que sofrem, é uma sociedade que perdeu a piedade, que perdeu o sentido de humanidade. (…) Que o testemunho humano e cristão do beato Carlo Gnocchi, caracterizado pelo amor às pessoas mais fracas, guie sempre as suas escolhas e a sua atividade”, concluiu o Santo Padre.