Na homilia de hoje, Francisco destacou que é o Espírito Santo que faz crescer o Reino de Deus, escondido como um tesouro, mas sempre na humildade
Da Redação, com Rádio Vaticano
O reino de Deus não é um espetáculo, nem um “carnaval, não ama a publicidade: é o Espírito Santo que o faz crescer, não os planos pastorais. Essa foi a ênfase do Papa Francisco na Missa desta quinta-feira, 16, na Casa Santa Marta, comentando o Evangelho do dia (Lc 17,20-25).
Francisco se deteve na pergunta que os fariseus fazem a Jesus: “quando virá o reino de Deus?”. Uma pergunta simples, que nasce de um coração bom e aparece tantas vezes no Evangelho. João Batista, por exemplo, quando estava na prisão, angustiado, pede a seus discípulos que perguntem a Jesus se é ele mesmo que deve vir ou se devem esperar outra pessoa. Outras vezes, a pergunta foi feita “sem rodeios”, “se é você, desça da cruz”. Há sempre a dúvida, a curiosidade de quando virá o Reino de Deus, disse o Papa.
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“O reino de Deus está em meio a vós”: é a resposta de Jesus. Assim como a semente que, semeada, cresce a partir de dentro, também o reino de Deus cresce “escondido” e no meio “de nós” – reiterou o Pontífice – ou se encontra escondido como pedra preciosa ou o tesouro, mas sempre na humildade.
“Mas quem faz crescer aquela semente, quem faz germinar? Deus, o Espírito Santo que está em nós. E o Espírito Santo é espírito de mansidão, espírito de humildade, é espírito de obediência, espírito de simplicidade. É ele que faz crescer dentro o reino de Deus, não são os planos pastorais, as grandes coisas… Não, é o Espírito, escondido. Faz crescer, chega o momento e aparece o fruto”.
No caso do Bom Ladrão, o Papa se pergunta quem fez semear a semente do reino de Deus no seu coração: talvez a mãe, faz uma hipótese – ou talvez um rabino quando lhe explicava a lei. Depois, talvez, se esquece, mas a um certo momento “escondido”, o Espírito a faz crescer.
Por isso, Francisco repetiu que o reino de Deus é sempre “uma surpresa”, porque é um dom que o Senhor dá. Jesus explica também que “o reino de Deus não vem para chamar a atenção e ninguém dirá: ‘Ei-lo aqui, ei-lo lá’”. “Não é um espetáculo ou, pior ainda, – mas às vezes se pensa assim – um carnaval”, reitera o Papa.
“O reino de Deus não se mostra com a soberba, com o orgulho, não ama a propaganda: é humilde, escondido e assim cresce. Penso que quando as pessoas olhavam Nossa Senhora, ali, que seguia Jesus: ‘Aquela é a mãe, ah…’. A mulher mais santa, mas escondida, ninguém conhecia o mistério do reino de Deus, a santidade do reino de Deus. E quando estava perto da cruz do filho, as pessoas diziam: ‘Mas pobre mulher com este criminoso como filho, pobre mulher …’. Nada, ninguém sabia”.
O reino de Deus, portanto, cresce sempre escondido, porque “o Espírito Santo está dentro de nós” – recordou o Papa – que “o faz germinar até dar o fruto”.
“Nós todos somos chamados a fazer esta estrada do reino de Deus: é uma vocação, é uma graça, é um dom, é gratuito, não se compra, é uma graça que Deus nos dá. E nós todos batizados temos dentro o Espírito Santo. Como é a minha relação com o Espírito Santo, que faz crescer em mim o reino de Deus? Uma bela pergunta para todos nós fazermos hoje: eu acredito, acredito realmente que o reino de Deus está no meio de nós, está escondido ou gosto mais do espetáculo?”.
Francisco conclui exortando a pedir ao Espírito Santo a graça de fazer germinar “em nós e na Igreja, com força, a semente do reino de Deus para que se torne grande, dê refúgio a tantas pessoas e dê frutos de santidade”.