Papa encontrou-se com os jovens japoneses na Catedral de Santa Maria, respondeu perguntas e deixou mensagem de encorajamento
Da Redação, com Vatican News
Um dos momentos bastante aguardados nas viagens apostólicas são os encontros do Papa com os jovens. No Japão, não foi diferente: o Papa Francisco respondeu a perguntas dos jovens japoneses e deixou a eles uma mensagem de encorajamento, para que não interrompam seus sonhos e saibam contemplar grandes horizontes. O encontro foi nesta segunda-feira, 25, na Catedral de Santa Maria.
Três jovens apresentaram ao Papa questionamentos sobre bullyng escolar, como dar espaço a Deus na sociedade de hoje e como os jovens podem se dar conta de sua própria bondade e valor.
Sobre o bullying, o Papa destacou que o ponto mais cruel é que a prática fere o espírito e a autoestima no momento em que a pessoa mais precisava de força para aceitar a si mesma e enfrentar desafios na vida. A união é a saída, recomendou o Papa.
“Vocês devem se unir, entre amigos e companheiros, para dizer: Isto não! Isto é mal! Não existe arma maior para se defender de tais ações do que vocês poderem se levantar, entre companheiros e amigos, e dizer: Aquilo que você está fazendo é uma coisa grave”.
Francisco acrescentou que o medo é sempre inimigo do bem, porque é inimigo do amor e da paz. “As grandes religiões ensinam tolerância, harmonia e misericórdia; não ensinam medo, divisão e conflito (…) Jesus não Se cansava de dizer aos seus seguidores para não terem medo. Por que? Porque, se amamos a Deus e aos nossos irmãos e irmãs, este amor expulsa o temor”.
Dar espaço a Deus
Como encontrar Deus em uma sociedade frenética e competitiva, na qual as pessoas são materialmente ricas, mas são escravas da solidão? Essa foi outra pergunta apresentada ao Papa, ao qual ele respondeu recordando, primeiramente, as palavras de Madre Teresa que trabalhava entre os mais pobres dos pobres: “A solidão e a sensação de não ser amado é a pobreza mais terrível”.
“Combater esta pobreza espiritual é um dever a que todos somos chamados, e vocês têm um papel especial nisso, porque requer uma grande alteração nas nossas prioridades e opções”.
O Santo Padre destacou, nesse ponto, a importância de cada um se perguntar para quem vive. “As coisas são importantes, mas as pessoas são indispensáveis; sem elas, desumanizamo-nos, perdemos o rosto, o nome e tornamo-nos mais um objeto”.
Para manter-se vivo fisicamente, é preciso respirar, e, em sentido mais amplo, é preciso aprender a respirar individualmente, através da oração e da meditação, explicou o Papa aos jovens. Porém, advertiu sobre a necessidade de um movimento também exterior, pelo qual se aproximar dos outros mediante atos de amor e serviço.
Mantendo “este duplo movimento podemos crescer e descobrir não só que Deus nos amou, mas também que confiou a cada um de nós uma missão, uma vocação única, que descobrimos na medida em que nos damos aos outros, às pessoas concretas”.
A partir dessa reflexão, o Papa abordou o tema de como crescer para descobrir a identidade, bondade e beleza interior. “Para ser felizes, devemos pedir ajuda aos outros (…) sair de nós mesmos e ir ter com os outros, especialmente os mais necessitados”.
O Papa pediu aos jovens que ajudem os que buscam refúgio no país, que eles devem considerá-los irmãos e irmãs. Ele concluiu seu discurso deixando aos jovens uma mensagem de encorajamento:
“Não deturpem nem interrompam seus sonhos, lhes deem espaço e ousem contemplar grandes horizontes, ver o que espera vocês se tiverem a coragem de construí-lo juntos. O Japão precisa de vocês, o mundo precisa de vocês, despertos e generosos, alegres e entusiastas, capazes de construir uma casa para todos”.