Catequese

O Espírito Santo é a memória de Deus em nós, afirma Papa

Nesta quarta-feira, 17, Francisco concluiu as catequeses sobre o tema da oração

Da redação, com Vatican News

Papa durante catequese desta quarta-feira, 17, na Biblioteca do Palácio Apostólico /Foto: Vatican Media via Reuters

O Espírito Santo é a memória de Deus na humanidade. Foi o que afirmou o Papa Francisco na conclusão das catequeses sobre o tema da oração. O tema desta quarta-feira, 17, foi “A oração e a Trindade”. A Audiência Geral foi realizada na Biblioteca do Palácio Apostólico.

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Espírito Santo é Dom Fundamental

O primeiro dom de cada existência cristã é o Espírito Santo, de acordo com o Pontífice. Ele não é um dos muitos dons, mas o Dom fundamental.

“O Espírito é o dom que Jesus prometeu nos enviar. Sem o Espírito, não há relação com Cristo e com o Pai”, destacou o Santo Padre.

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Abertura para à presença de Deus

Segundo Francisco, o Espírito abre o coração de homens e mulheres à presença de Deus. Ele o atrai para aquele ‘vórtice’ de amor que é o coração do próprio Deus.

“Não somos apenas hóspedes e peregrinos no caminho sobre esta terra. Somos também hóspedes e peregrinos no mistério da Trindade. Somos como Abraão, que, um dia, acolhendo três caminhantes na sua tenda, encontrou Deus.”

Experimentando o amor de Deus

A humanidade pode invocar Deus chamando-o “Abbá-Pai”, porque o Espírito Santo habita nela, é o que afirmou o Pontífice. “Ele que nos transforma profundamente e nos faz experimentar a alegria comovente de sermos amados por Deus como verdadeiros filhos.”

O Papa destaca que todo trabalho espiritual dentro de homens e mulheres em relação a Deus é obra do Espírito Santo. De acordo com o Santo Padre, o Espírito Santo trabalha nas pessoas para levar adiante a vida cristã em direção ao Pai com Jesus.

Memória trinitária

“Esta é a obra do Espírito em nós. Ele ‘recorda-nos’ Jesus e torna-o presente a nós, podemos dizer que é a nossa memória trinitária, a memória de Deus em nós, e o torna presente a Jesus, para que não seja reduzido a um personagem do passado, ou seja, o Espírito traz no presente Jesus em nossa consciência”.

Se Cristo estivesse apenas distante no tempo, o Pontífice comentou que todos estariam sozinhos e desorientados no mundo. “Sim, recordaremos Jesus, distante, mas é o Espírito que o traz hoje, agora, neste momento em meu coração”.

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Francisco pontua que no Espírito tudo é vivificado: está aberta aos cristãos de todos os tempos e lugares a possibilidade de encontrar Cristo.

“Ele atrai Cristo em nossos corações. É o Espírito que nos faz encontrar Cristo. Ele não está distante, está conosco, Ele ainda educa os seus discípulos transformando os seus corações, como fez com Pedro, com Paulo, com Maria de Magdala, com todos os apóstolos.”

Formados segundo a “medida” de Cristo

Segundo o Papa, esta é a experiência que tantos orantes viveram: homens e mulheres que o Espírito Santo formou segundo a “medida” de Cristo, na misericórdia, no serviço, na oração, na catequese.

É uma graça poder encontrar pessoas assim, comentou o Santo Padre. Nelas é possível percebe que pulsa uma vida diferente, o seu olhar vê “além”. “Não pensemos apenas em monges e eremitas; também os encontramos entre pessoas comuns, pessoas que teceram uma longa história de diálogo com Deus, em momentos de luta interior, que purifica a fé”.

Essas humildes testemunhas, explicou o Pontífice, procuraram Deus no Evangelho, na Eucaristia recebida e adorada, no rosto do irmão em dificuldade, e conservam a sua presença como um fogo secreto.

Manter vivo o fogo que Jesus trouxe à Terra

Francisco disse ainda que “a primeira tarefa dos cristãos é precisamente manter vivo este fogo que Jesus trouxe à Terra”. “E qual é este fogo? O Amor de Deus, o Espírito Santo. Sem o fogo do Espírito, as profecias extinguem-se, a tristeza suplanta a alegria, o hábito substitui o amor, o serviço transforma-se em escravidão.”

A imagem da lâmpada acesa ao lado do tabernáculo onde se conserva a Eucaristia foi citada pelo Papa. “Até quando a igreja está vazia e cai noite, quando a igreja está fechada, aquela lâmpada permanece acesa, continua a arder: ninguém a vê, mas arde perante o Senhor. Assim é o Espírito Santo em nosso coração, sempre presente como aquela lâmpada.”

Rezar para aquecer o coração

O Santo Padre recordou que, muitas vezes, homens e mulheres não rezam ou não têm vontade de rezar. Sabem ou rezam como papagaios, com a boca, mas o coração distante.

Este é o momento de dizer ao Espírito Santo: “Vem, vem Espírito Santo, aquece o meu coração. Vem e ensina-me a rezar, ensina-me a olhar o Pai, a olhar o Filho. Ensina-me o caminho da fé. Ensina-me como amar, sobretudo, ensina-me a ter um comportamento de esperança”, sublinhou o Papa.

Segundo o Pontífice, invocar o Espírito continuamente é uma forma de fazer com que ele permaneça presente na vida.

O Espírito Santo na história da Igreja e do mundo

“Portanto, é o Espírito que escreve a história da Igreja e do mundo. Nós somos páginas abertas, disponíveis para receber a sua caligrafia. E em cada um de nós o Espírito compõe obras originais, porque nunca há um cristão que seja completamente idêntico a outro”.

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O Papa prosseguiu frisando que no campo infinito da santidade, o único Deus, Trindade de Amor, faz florescer a variedade das testemunhas. Todos são iguais em dignidade, mas também únicos na beleza. O Espírito confere a misericórdia de Deus que torna todos seus filhos.

“Não nos esqueçamos: o Espírito está presente em nós, invoquemos o Espírito. Ele é o presente que Deus nos deu. Espírito Santo não sei qual é o seu rosto, mas sei que você é a minha força, a minha luz, vem Espírito Santo”, concluiu Francisco.

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